Em uma das eleições mais acirradas desde a redemocratização do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva é eleito, neste domingo (30), o próximo presidente da República. Com mais de 60 milhões de votos, essa é a terceira vez que o líder do Partido dos Trabalhadores ganha a preferência dos eleitores brasileiros: Lula foi eleito Presidente pela primeira vez em 2002, e reeleito em 2006, com 53 milhões e 58 milhões de votos, respectivamente. Em 2022, Lula venceu o atual mandatário Jair Bolsonaro, do Partido Liberal, com vantagem de aproximadamente 2 milhões de votos.
Lula acompanhou a apuração no Novotel Jaraguá, em São Paulo, junto de sua esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja; de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB); da presidente do PT, Gleisi Hoffmann; e do candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, que perdeu neste domingo para Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro.
Lula venceu também entre o eleitorado que mora fora do Brasil, com 51,86% dos votos. Durante o período de votação, imagens da comunidade brasileira divulgadas nas redes sociais mostraram alta participação do eleitorado no Estados Unidos. Em Miami, maior colégio eleitoral no país com mais de 40 mil brasileiros cadastrados, a votação aconteceu sem grandes filas ou incidentes.
Com a resposta das urnas neste domingo, Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, assume a Presidência da República no dia 1o de janeiro de 2023.
Até lá, a agenda do futuro mandatário é incerta. Fontes próximas ao petista dizem que ele pretende viajar ao exterior antes de tomar posse, como fez em 2002, quando visitou Argentina, Estados Unidos, México e Chile logo após vencer as eleições.
Dessa vez, a turnê internacional pode incluir uma eventual participação na United Nations Climate Change Conference – COP27, no Egito, na segunda quinzena de novembro.
Coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante admite que a decisão de viagens internacionais antes da posse depende do clima de transição com o governo de Jair Bolsonaro. “Em 2002 tivemos uma transição civilizada e republicana com Fernando Henrique Cardoso. Não temos a mesma segurança de transição nesse governo”, disse Mercadante, em entrevista a jornalistas estrangeiros.