Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse no sábado (15), em Pequim, que não vê motivo para uma reação dos Estados Unidos diante da reaproximação do Brasil com a China. “Não há nenhuma razão para isso. Quando eu converso com os Estados Unidos, não fico preocupado com o que a China vai pensar, eu estou conversando sobre os interesses soberanos do meu país. […] Cada um negocia em defesa da sua soberania e da melhoria de vida do seu povo”, disse em conversa com jornalistas, antes de deixar a capital chinesa em direção aos Emirados Árabes Unidos.
Durante sua visita à China, principal parceiro comercial do Brasil, Lula questionou a hegemonia do dólar norte-americano. “Por que todos os países são obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade?”, disse durante a cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelo BRICS — bloco econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — na quinta-feira (13), em Xangai.
Após a cerimônia, Lula visitou a empresa de tecnologia Huawei, onde conheceu ferramentas usadas em escolas e realidade virtual. A empresa chinesa, que opera no Brasil há mais de 20 anos, está envolvida em problemas com países como Estados Unidos e Canadá. No início do ano, o presidente Joe Biden deixou de fornecer licenças de exportação às empresas norte-americanas que trabalham com a Huawei. A medida faz parte da disputa comercial entre norte-americanos e chineses.