Histórico

Lula: “Brasil passou de coadjuvante a nação importante no mundo”

Presidente está satisfeito com sua política internacional e classifica críticas como “ciúmes dos inimigos”

Aproveitando a formatura dos novos diplomatas no Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a política externa de seu governo, destacando que o Brasil passou de coadjuvante a nação importante no cenário mundial. No entanto, um artigo no jornal ‘Financial Times’ vai na direção oposta e afirma que o jeito “carinhoso” e as gafes recentes na condução de temas fundamentais podem prejudicar a inclusão do país entre as grandes potências. Lula prefere acreditar que as críticas não passam de “ciúmes dos inimigos”.

“Aqueles que não foram capazes de fazer o que você está fazendo vão começar a lutar contra. O dado concreto é que o Brasil não é mais coadjuvante – cresceu, virou importante, não porque temos 200 milhões de habitantes e 8 milhões de quilômetros quadrados. É mais importante porque temos políticas importantes”, asseverou Lula, acrescentando que o país não abrirá mão de um papel de protagonista global.

Entre as críticas estão os atabalhoados comentários do brasileiro aos protestos da oposição após as eleições no Irã, o incisivo posicionamento brasileiro contra a instalação de bases militares americanas na Colômbia aliado à ausência de manifestação pública sobre o apoio do governo venezuelano às milícias das Farc. “Para os críticos, essa é uma política externa irritante, narcisista e ingênua”, disse o texto, assinado pelo jornalista John Paul Rathbone. Já o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), foi mais contundente: “A política externa é ridícula. O Brasil foi parar nos holofotes e gafes passaram a merecer visibilidade”, alfinetou um dos maiores oposicionistas do governo.

Em sua defesa, o presidente brasileiro chegou a dar dois exemplos que demonstram a importância adquirida pela nação, lembrando dois episódios. O primeiro deles foi durante um encontro internacional do G8 (grupo dos oito países mais ricos do mundo), em que os outros chefes de Estado presentes à reunião se levantaram para recepcionar o então líder americano, George Bush, menos Lula, que assim marcou sua posição. O outro foi quando o então ministro das Relações Exteriores do governo FHC precisou tirar os sapatos durante uma revista num aeroporto americano, exigência feita a passageiros por motivos de segurança.

Lula também lembrou as discussões globais das quais participou como protagonista – a Rodada Doha e a conferência do Clima, em Copenhague, por exemplo – ressaltando que antes o Brasil sequer era chamado para tais eventos. O conselho dado pelo presidente aos futuros diplomatas é que a diplomacia brasileira deve ser “generosa, bondosa, humilde, mas que sejamos todos orgulhosos de sermos brasileiros, sempre defenderendo os nossos interesses”.

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