Desde 2009, pelo menos 1.792 animais marinhos foram encontrados mortos após engolirem plástico ou ficarem presos em meio a uma grande quantidade de lixo nas águas dos EUA, de acordo com um relatório divulgado na quinta-feira (19) pela Oceana, uma entidade não governamental de preservação marinha.
Segundo o levantamento, 82% desses animais marinhos eram espécies em perigo ou ameaçadas de extinção.
A Flórida, que possui a maior faixa litorânea do país com cerca de 1350 milhas de extensão, foi o estado que mais registrou essas fatalidades envolvendo as espécies marinhas. Suas tartarugas marinhas, peixes-boi e outras formas de vida aquática foram responsáveis por 55% dos incidentes documentados pelo relatório da Oceana.
As tartarugas-marinhas são as maiores vítimas da poluição causada pelos humanos representando 861 dos 1.792 corpo dos animais identificados – 48% no total.
O relatório da Oceana dá conta de uma tartaruga encontrada na Flórida com um saco plástico enrolado no pescoço. O saco ficou cheio de areia e os cientistas acreditam que ela sufocou com o emaranhado.
Eles também encontraram um Manatee nas proximidades de Hollywood, no condado de Broward. Em seu estômago estavam pedaços de plástico, canudo e linha de pesca.
Pesquisadores também analisaram a causa mortis de golfinhos e constataram a presença de lixo em seus organismos.
“É mais difícil conduzir necropsias neles porque a maioria morre no oceano e seus corpos nunca são coletados”, disse o biólogo marinho, Kim Warner.
O levantamento da Oceana irá ajudar a construir uma estratégia nacional para enfrentar a questão global do lixo nos mares dos EUA, coordendo pela Environmental Protection Agency – vinculada ao governo federal.
A entidade também pretende apresentar um plano ao presidente eleito, Joe Biden, propondo encaminhamentos para a questão da poluição dos rios e mares.
“O presidente eleito disse que não há maior desafio que nosso país e nosso mundo enfrentam do que a mudança climática. O oceano é nosso maior aliado na luta contra as mudanças climáticas e absorveu 90% do calor extra de nossa atmosfera. Consequentemente, o oceano experimentou as temperaturas mais altas registradas no ano passado e está se tornando cada vez mais ácido e menos hospitaleiro”, informou a ONG em comunicado.
A proposta inclui limpar os oceanos, educar a população, reduzir a produção de embalagens plásticas, entre outras ações.