Professora Maxine Margolis se especializou em estudar a comunidade brasileira fora do país
Joselina Reis
“A ideia de um emigrante ser uma pessoa pobre, sem formação, não se enquadra nos brasileiros.”
— Maxine Margolis
Na época, Maxine era professora de antrologia na Universidade da Florida (UF). De lá prá cá ela se aposentou, mas não deixou as pesquisas de lado. A ex-professora já publicou três livros dedicados à comunidade brasileira e planeja um quarto, ainda sem data ou linha editorial definida. “Eu até aprendi português no processo”,
conta ela.
O primeiro livro – Brasileiros em New York – foi lançado em 1994 pela Princeton University Press e teve o relançamento com uma edição atualizada em 2009. Nesse meio tempo, ela lançou An Invisible Minority: Brazilians in New York City (A minoria invisível: brasileiros em New York City) onde dedica uma capítulo sobre o impacto dos ataques de 11 de Setembro na comunidade brasileira. Seu primeiro livro já está disponível em português, o segundo ainda não.
Todas as suas obras estão disponíveis para compra online. Enquanto aguardava, ela conseguiu material suficiente para escrever outro livro – Goodbye Brazil – sobre emigrantes brasileiros no mundo. O livro foi lançado em agosto deste ano no Rio de Janeiro e São Paulo pela editora Cotexto já nas versões português e inglês, e ebook.
O livro traz dados estatísticos e histórias de brasileiros vivendo em mais de cem países, mostrando que o Brasil passou de um país de imigrantes para um país de emigrantes.Maxine estudou os motivos que levaram esses brasileiros a viverem fora e continuar enviando milhões de dólares ao Brasil, outra coisa que chamou a atenção da escritora foram os destinos escolhidos por esses brasileiros.
Ela também retrata aqueles que voltam para o Brasil e sua readaptação em um ambiente que já não lhes é tão familiar. A escritora mostra estatísticas da comunidade brasileira na Europa, América do Norte e América do Sul.
Em seu próximo trabalho, Maxine Margolis planeja dar continuidade sobre a emigração brasileira, desta vez procurando aqueles que foram deportados e estão de volta ao Brasil. Ela já começou a reunir artigos sobre o assunto. “Já estou coletando histórias. A economia mundial fez muitos voltarem, mas isso é coisa para outro livro”, conta animada.