O ex-presidente Barack Obama está prestes a se tornar o autor mais vendido do ano nos EUA com o livro A Promised Land, lançado em todo o País nesta quarta-feira (18) em 19 idiomas, incluindo o português.
No livro, além de outras revelações, Obama responsabiliza o Congresso pela crítica política que é feita às deportações em massa de imigrantes durante seu governo.
O ex-presidente defende sua “decisão estratégica” que consistiu em ganhar tempo para realizar a reforma imigratória. “O problema é que essa reforma nunca veio”, explica Obama no livro. Segundo ele, o ambiente político hostil impediu que a reforma planejada por ele fosse promovida.
“Minha equipe e eu tomamos a decisão estratégica de não tentar reverter imediatamente as políticas que herdamos, principalmente porque não queríamos dar munição aos críticos que argumentavam que os Democratas não estavam dispostos a fazer cumprir as leis de imigração existentes”, explica ele.
“Com a economia em crise e a perda de empregos americanos, poucos no Congresso tinham apetite para enfrentar uma questão candente como a imigração”, escreve Obama em suas memórias.
A crescente frustração da sociedade civil latina e dos defensores dos imigrantes levaria o ex-presidente a implementar em 2012 o Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA), que atualmente protege mais de 650 mil jovens indocumentados da deportação. Em seguida ao DACA, Obama criou ainda o Deferred Action for Parents Arrival (DAPA), que protegeria pais imigrantes de crianças cidadãs americanas, que foi derrubado na Justiça por uma coalizão de governos estaduais Republicanos e não chegou a ser implantado.
O livro só se refere a Trump no prefácio, quando admite que o sucessor representa algo “diametralmente” contrário a ele, mas argumenta que o seu populismo já estava presente nas eleições de 2008 que ele venceu, especialmente nos comícios lotados da candidata Republicana à vice-presidência, Sarah Palin.
“Mensagens sobre políticas de identidade, anti-imigração e conspirações já estavam ganhando força”, escreveu Obama.
O livro gerou grande expectativa nos EUA, onde foram impressos 3,4 milhões de exemplares além de outros 2,5 milhões para o mercado internacional. A expectativa é que a publicação supere os recordes de vendas do clássico de J. K. Rowling, Harry Potter.
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