Da Redação com G1 – O desastre ambiental ocorrido há quase um mês em Mariana (MG) foi citado pela presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (30) em Paris, durante seu discurso no primeiro dia da cúpula do clima. A presidente disse que uma ação irresponsável causou o rompimento de barragens na bacia hidrográfica do Rio Doce, levando lama a vários distritos de Mariana, em Minas Gerais. Dilma está em Paris para participar da COP21.
“A ação irresponsável de umas empresas provocou o maior desastre ambiental na história do Brasil, na grande bacia hidrográfica do rio Doce”, afirmou. “Estamos reagindo pesado com medidas de punição, apoio às populações atingidas, prevenção de novas ocorrências e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia.”
O rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da empresa de mineração Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Bilton, liberou mais de 30 milhões de m³ de rejeitos no dia 5 de novembro, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, e contaminando o Rio Doce.
A lama jogada no rio pela barragem chegou ao litoral Norte do Espírito Santo e também avançou mar adentro.
No último dia 27, foi identificada a 10ª vítima da tragédia. O corpo de Edinaldo Oliveira de Assis, de 40 anos, que era operador de escavadeira e estava desaparecido, foi identificado no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. Ele trabalhava em uma empresa que prestava serviço para a Samarco.
Otimismo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou a Paris na noite de domingo (29) mostrando otimismo sobre a possibilidade de se obter um grande acordo mundial sobre a mudança climática.
“Sou otimista sobre o que podemos realizar porque tenho visto os Estados Unidos obter progressos incríveis nestes últimos sete anos”, escreveu Obama em seu Facebook ao tomar o avião em Washington.
Esta conferência é “a oportunidade de ser solidário com nosso aliado mais antigo, apenas duas semanas após os ataques selvagens cometidos lá”.
Depois dos atentados de 13 de novembro, que deixaram 130 mortos na região de Paris, Obama foi o primeiro líder a confirmar sua participação na conferência sobre o clima.
“Também é uma oportunidade para o mundo de mostrar união e que não renunciaremos a construção de um futuro melhor para nossos filhos”, disse Obama.
O objetivo da conferência de Paris é obter um pacto mundial para a redução das emissões dos gases do efeito estufa e limitar o aumento da temperatura a 2 graus centígrados em relação à era pré-industrial.