O líder do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um áudio na segunda-feira (26), alegando que recuou sua marcha para Moscou, na Rússia, para “evitar um derramamento de sangue russo”. Na gravação divulgada pelo Telegram, o paramilitar dá a sua versão sobre o motim do último fim de semana, quando o grupo Wagner chegou a reivindicar o controle da cidade de Rostov. Ele afirmou que agiu em resposta a um ataque contra suas forças pelo Ministério da Defesa russo e que nunca teve intenção de derrubar Putin.
A revolta começou na noite de sexta-feira (23), quando o grupo paramilitar, que luta na guerra da Ucrânia ao lado da Rússia, iniciou uma rebelião e atacou bases militares russas. Depois, deixou bases no leste da Ucrânia, cruzou a fronteira e tomou o controle de Rostov. Há meses, o grupo vinha tendo desentendimentos com o Ministério da Defesa russo por falta de armas e suprimentos de guerra. Segundo Prigozhin, a marcha para Moscou foi convocada para “expressar um protesto” contra a medida.
No áudio divulgado por Prigozhin, ele zomba do exército russo por não conseguir proteger o país, apontando falhas de segurança que permitiram o grupo Wagner marchar 780 km sem enfrentar resistência e bloquear todas as unidades militares em seu caminho.
O grupo Wagner chegou a aproximadamente 200 km de Moscou, irritando o presidente russo, Vladimir Putin. Ele classificou como “traição” a rebelião e afirmou que o desejo do grupo de derrubar o Ministério da Defesa é uma “punhalada nas costas” e que todos os envolvidos nos planos seriam punidos.
No áudio, o líder do grupo Wagner não revela sua localização, que segue cercada de mistério. Ele foi visto pela última vez em público saindo de Rostov-on-Don – uma das duas cidades do sul onde seus combatentes assumiram temporariamente o controle de instalações militares.