Um grupo de senadoras e deputadas democratas se juntou aos pais e ativistas imigrantes no Capitólio para exigir que o Departamento de Segurança Nacional (DHS) não ponha em prática as medidas de detenção que separam as famílias imigrantes.
Sob o lema “As mulheres se levantam pelas famílias imigrantes”, as parlamentares, ao lado de membros de organizações pró-imigrantes, denunciaram os cada vez mais precários tratamentos recebidos pelas famílias imigrantes quando chegam à fronteira sul.
A senadora pela Califórnia Kamala Harris indicou haver informações cada vez mais preocupantes sobre as novas políticas adotadas pelo DHS, que apontam para uma deterioração no trato aos menores às mães nos centros de detenção.
Harris advertiu que estas políticas “têm consequências” e estas crianças podem sofrer “um trauma para toda vida”, causando danos irreparáveis. “Trata-se de decidir se queremos ser um governo compreensivo ou um governo cruel”, pontificou a senadora.
Por sua vez, a deputada pelo estado de Washington Pramila Jayapal, assegurou que as medidas tomadas pelo Advogado Geral da União, Jeff Sessions, “não só causam danos enormes às crianças, como também aos EUA como país”.
Ela insistiu que a imigração é fundamentalmente “um problema dase mulheres” se levar-se em conta que “três quartas partes dos imigrantes nos Estados Unidos são mulheres e crianças”.
A presidente do Caucus Hispano do Congresso (CHC), Michelle Lujan Grisham, qualificou de “atrocidade” que Estados Unidos decida separar as crianças que chegam à fronteira de suas famílias, e considerou que se trata não só de uma política “cruel”, mas também “mais ineficaz”. “Nenhuma mãe deveria passar pela dor de ser separada de seus filhos e nenhuma criança deveria passar pelo temor de ser separadas de seus pais”, destacou.
Além das congressistas, também participaram ativistas e vítimas das duras políticas de separação familiar impostas por Trump, como Izabel Solís, cuja irmã foi detida grávida, e separada de suas filhas.
Segundo relato de Solís, sua irmã sofreu complicações com sua gravidez e, após sofrer forte dores e perder a consciência por duas vezes, sequer foi levada a um hospital para receber cuidados médicos básicos. “Não tinha antecedentes criminais e lhe negaram atendimento médico básico, além de ser separada de suas filhas”, contou.
“Sua detenção fez com que minhas três sobrinhas sofressem una forte depressão e ansiedade, porque pensavam que sua mãe as havia abandonado”, acrescentou.
No início do mês, Sessions anunciou que o Departamento de Justiça apresentará acusações penais contra todos os estrangeiros detidos cruzando a fronteira ilegalmente, em uma tentativa de frear a imigração ilegal.
Isto enviaria os pais à custódia penal e as crianças a abrigos financiados com fundos federais supervisionados pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, em inglês).