E ONGs promovem campanha para registrar cerca de 2 milhões de eleitores latinos até 2014
A reforma imigratória, há tanto tempo estagnada, vai requerer um enorme esforço político. Enquanto alguns legisladores falam em uma reforma apenas parcial, várias organizações latinas insistem na implementação de uma reforma ampla e completa, e vão trabalhar no sentido de identificar os parlamentares que são contra e os que defendem a proposta, para começar a pressionar os que ainda resistem à ideia.
As organizações que estão comprometidas com esse esforço são as mesmas que trabalharam em conjunto para registrar o maior número possível de eleitores hispânicos: Hispanic Federation, Labor Council for Latin American Advancement, League of United Latin American Citizens, Mi Familia Vota, NALEO Educational Fund, Consejo Nacional de la Raza, Service Employees International Union (SEIU) e Voto Latino.
A causa é diferente, mas os meios para chegar ao objetivo são os mesmos. “Vamos promover um esforço sem precedentes. Reforçaremos o trabalho para que haja mais votantes para as eleições de 2014. No final deste ano, divulgaremos um relatório para revelar quem ajudou e quem prejudicou o esforço por uma lei de reforma ampla”, disse Eliseo Medina, secretário da SEIU.
“Estamos unidos para mandar uma mensagem bastante clara. Vamos pedir ao presidente Obama que pressione os congressistas para que façam o trabalho deles”, afirmou Ben Monterosso, diretor executivo da Mi Familia Vota.
Monterroso julga que o potencial é enorme: “Sabemos que há pelo menos 50 mil jovens latinos que completam 18 anos anualmente, podendo registrar-se como eleitores. Temos que trabalhar com eles. Em 2014 teremos 2 milhões de novos eleitores”, completou.
Em janeiro, as organizações, junto com outros grupos pró-imigrantes, anunciarão mobilizações em grande escala em favor de uma ampla reforma imigratória.
No Congresso, alguns senadores, como Marco Rubio (R-FL), têm insistido na abordagem do assunto por partes, em vez de uma reforma integral. Fontes do Partido Republicano confirmaram ao jornal La Opinión que parlamentares influentes no partido, como Paul Ryan (R-WI), estão conversando com Rubio sobre a questão.
“Eles estão pensando pequeno. Se eles pensam que vão nos satisfazer com pequenas soluções e assim resolver o problema, estão muito enganados”, comentou Medina, do SEIU.
Na segunda-feira (10), um novo estudo divulgado pela instituição liberal Centro para o Progresso Americano insistiu no fato de que a falta de uma reforma imigratória causou uma “violência legal” aos imigrantes e suas famílias durante o primeiro mandato do presidente Obama.
“A aplicação das leis de imigração em vigor e a promoção de deportações traz medo constante à população indocumentada. Isto deixará uma sequela psicológica, e a impressão de que a lei é uma coisa a ser temida”, disse Cecilia Menjívar, autora do estudo.
“Estamos dizendo que queremos excluí-los da sociedade e ainda que isto mude no futuro, com uma reforma imigratória, será difícil apagar essa impressão, a de que o país esteve empenhado em expulsá-los por tanto tempo”, concluiu Leisy Abrego, co-autora do estudo
