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Latinos buscam cidadania nos EUA para votarem contra Trump

Naturalizações devem chegar a 1 milhão, 25% a mais que média

DA REDAÇÃO (com New York Times) – O discurso de ódio aos imigrantes do magnata Donald Trump, líder nas pesquisas entre os possíveis candidatos do Partido Republicano às eleições 2016, têm feito o número de pedidos de cidadania disparar nos Estados Unidos. No país, somente eleitores registrados e com cidadania americana estão aptos a votar.

Em 2015, entre outubro e dezembro, o escritório da imigração de Dallas recebeu 5.304 processos de naturalização, um aumento de 16,5% em comparação ao mesmo período de 2014, quando o número foi de 4.553. Nacionalmente, 27,3 milhões de hispânicos podem votar este ano, de acordo com o Pew Research Center. Desses, 1,2 milhão se tornaram cidadãos entre 2012 e 2016.

O presidente Barack Obama tem encorajado os imigrantes a tirarem a cidadania. Obama abriu uma campanha nacional para estimular os residentes legais a darem o primeiro passo. Eles agora podem pagar a taxa, de $680, com cartão de crédito, e fazer o teste de civismo via internet. Os formulários podem ser obtidos em “esquinas da cidadania”, estandes montados em bibliotecas públicas de muitos estados.

“Assim Donald Trump não vai ganhar”, acredita Hortensia, de 32 anos, uma das centenas de residentes legais, a maioria mexicana, que lotavam no último sábado uma sala do registro central de Denver. “Ele não gosta de nós”.

Os pedidos de naturalizações geralmente aumentam durante os anos de eleições presidenciais. Mas Trump deu um impulso extra neste 2016. Ele começou a campanha em junho descrevendo os mexicanos como traficantes de drogas e estupradores. E fazendo a promessa de construir um muro na fronteira, que seria paga pelo México. Finalmente, prometeu criar uma força-tarefa de deportação para expulsar estimados 11 milhões de imigrantes ilegalmente estabelecidos nos EUA.

Entre os 8,8 milhões de residentes legais elegíveis para se naturalizar, cerca de 2,7 milhões são mexicanos, o maior grupo nacional, segundo dados federais. Mas, depois de décadas de baixas taxas de naturalização, apenas 36% dos mexicanos elegíveis tornaram-se cidadãos, enquanto 68% de todos os outros imigrantes completaram o processo, de acordo com o Pew Research Center.

“Muitas pessoas estão abrindo os olhos por conta de todas as coisas negativas que Donald Trump tem feito”, disse Miguel Garfío, de 30 anos, marido de Hortensia, que nasceu e cresceu no Colorado e está ajudando a mulher e outros membros da família a se tornarem cidadãos.

Garfío conta que os pais vieram do México na década de 1980 e trabalharam duro toda a vida, ajudando-o a criar uma empresa de construção em Denver, que agora emprega 18 pessoas. Ele enfatiza que, contrário à afirmação de Trump, nenhum dos parentes tem antecedentes criminais.

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