Ketanji Brown Jackson ingressou formalmente na Suprema Corte na quinta-feira (30), fazendo história como a primeira mulher negra – e a primeira floridiana – a chegar ao auge do judiciário do país. Formada pela Miami Palmetto Senior High School em 1988, ela foi empossada pelo Chief Justice John Roberts e pelo juiz aposentado Stephen Breyer, a quem Jackson está substituindo. Breyer anunciou no início deste ano que se aposentaria na conclusão do atual mandato da Suprema Corte, ocorrido no dia 30 de junho
Jackson, indicada pelo presidente Joe Biden e confirmada pelo Senado em abril, ingressa na Suprema Corte em um momento tumultuado, menos de uma semana depois da revogação do direito constitucional ao aborto que iniciou um debate nacional sobre os direitos e a saúde das mulheres. Essa decisão ocorreu em meio a um conjunto mais amplo de decisões recentes que agradaram conservadores e deixaram liberais enfurecidos, incluindo uma decisão divulgada na manhã de quinta-feira (30) que restringiu a capacidade da Agência de Proteção Ambiental de regular os gases de efeito estufa. Embora histórica, a indicação de Jackson não muda a composição ideológica do tribunal, onde os conservadores têm uma vantagem de 6-3.
Ainda assim, Jackson, 51, se torna apenas a oitava integrante de uma minoria a ingressar na mais alta corte do país. Durante seu depoimento perante o Senado no início deste ano, ela citou regularmente a história de sua família no sul da Flórida e as oportunidades recebidas por ela, algo que seus avós e pais nunca tiveram. Os pais de Jackson, segundo ela, foram forçados a frequentar escolas racialmente segregadas em Miami.
O Senado confirmou Jackson por 53 votos a 47, com três republicanos se juntando a 48 democratas e dois independentes em apoio à sua indicação. Jackson, nascida em Washington, D.C. e criada no subúrbio de South Miami-Dade, é a primeira nomeação de Biden para a Suprema Corte.