Robert F. Kennedy Jr., secretário da Saúde dos Estados Unidos, subiu o tom contra a indústria alimentícia e deixou um recado direto: “Açúcar é veneno”. A declaração foi feita na terça (22), em coletiva de imprensa em Washington, na qual também anunciou um plano para retirar corantes artificiais — especialmente os derivados de petróleo — dos alimentos até 2026. A ideia é que o consumidor consiga identificar claramente produtos que ainda os contenham nas prateleiras dos supermercados.
Nenhum representante de grandes empresas de alimentos apareceu no evento, mas Kennedy disse que todas as principais fabricantes, além de redes de fast-food, já procuraram o governo em busca de orientações. Até agora, apenas a International Dairy Foods Association se comprometeu publicamente: vai tirar corantes artificiais do leite, queijo e iogurtes vendidos em escolas até o início do ano letivo de 2026.
Esse é o primeiro movimento mais amplo de Kennedy em uma cruzada para reformar a indústria dos alimentos ultraprocessados, que ele responsabiliza pelo aumento da obesidade e doenças como diabetes e problemas cardíacos nos EUA. Ele criticou até as recomendações oficiais de consumo de açúcar, dizendo que incentivam quantidades “absurdas” para crianças e contribuem para um “vício” nacional. A FDA recomenda que o açúcar adicionado não ultrapasse 10% da dieta diária.
A estratégia de Kennedy é começar com acordos voluntários, sem mudanças imediatas na legislação. O comissário da FDA, Dr. Marty Makary, disse que espera colaboração da indústria e defendeu um tom mais conciliador: “A gente conquista mais com mel do que com fogo”.