O Twitter suspendeu na sexta-feira (2) a conta do rapper Ye, previamente conhecido como Kanye West, depois do ex de Kim Kardashian postar a imagem de uma suástica dentro de uma estrela de Davi, violando as regras da plataforma sobre “incitação à violência”.
O CEO do Twitter, Elon Musk, que se declara “um absolutista da liberdade de expressão”, se manifestou sobre a decisão de cancelar o rapper. “Eu tentei o meu melhor. Apesar disso, ele violou novamente nossa regra contra o incitamento à violência. A conta será suspensa”, tuitou Musk.
Ye, que soma mais de 30 milhões de seguidores na rede social, tinha voltado à plataforma há apenas dois meses, durante um processo de “anistia geral” implantado por Musk para reintegrar contas suspensas pela antiga administração, incluindo a do ex-presidente republicano Donald Trump.
Nas últimas semanas, Ye fez uma série de comentários anti-semitas, incluindo elogios a Hitler em uma entrevista com o teórico da conspiração Alex Jones na quinta-feira (1). Os recentes comentários do artista contra judeus também levaram à suspensão de contratos com a sua agência de talentos e empresas como Balenciaga, GAP e Adidas, que abriu uma investigação sobre sua conduta.
Em novembro, Ye anunciou que vai concorrer novamente à Presidência dos Estados Unidos em 2024 – o artista foi candidato em 2020 junto com Joe Biden e Trump, de quem se considera “grande amigo”.
Na terça-feira (22), Kanye West compareceu à um jantar de Thanksgiving oferecido por Trump em Mar-a-Lago, na companhia de três outros convidados, incluindo o auto-declarado supremacista branco e anti-semita, comentarista político Nick Fuentes.
A recepção do ex-presidente causou polêmica e repúdio inclusive de parte da base apoiadora de Trump, que declarou não saber quem era Fuentes, contrariando o que Ye postou no Twitter logo após o jantar: “Trump está realmente impressionado com Nick Fuentes”, disse o artista em vídeo.
Segundo Ye, o motivo que o levou ao jantar em Mar-a-Lago foi a ideia de propor que Trump fosse seu vice-presidente em 2024. “Trump começou basicamente a gritar comigo na mesa, dizendo que eu ia perder”, contou o rapper em um vídeo que foi excluído rapidamente da mídia social, mas transcrito pela Newsweek. “Eu fiquei tipo, ‘Woah, woah espera Trump, você está falando com Ye”, finalizou.