Brasil

Justiça decide hoje futuro de menina americana levada para o Brasil pela mãe

Batalha judicial começou em 2009. Mãe da menina foi acusada de sequestro internacional por não voltar aos EUA após vencimento de autorização judicial para visitar o Brasil

Campanha 'Fica Samantha' tomou conta das redes sociais
Campanha ‘Fica Samantha’ tomou conta das redes sociais

A batalha judicial entre os pais de Samantha –  que nasceu em llinois, mas foi levada para o Rio de Janeiro pela mãe quando tinha apenas um ano de idade – deve chegar ao fim nesta quarta-feira (22), quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) delibera sobre o caso.

Samantha nasceu em 2008 nos EUA onde morava o então casal, Flavia Harpaz e Mauricio Sadicoff. Segundo a mãe, depois de uma série de desentendimentos e episódios de violência entre o casal, Flávia retornou ao Brasil com a filha, em 2009. Maurício entrou na justiça americana e acusou a ex-mulher de sequestro. Em novembro de 2014, o Superior Tribunal de Justiça decidiu, por três votos a dois, que a criança deve voltar para seu país de origem. O processo, porém, se arrastou até então e Flávia tentar reverter a situação e chamar a atenção da opinião pública, a campanha #ficasamantha (#staysamantha) tem milhares de seguidores nas redes sociais.

“Quando a minha filha tinha um ano, ganhei na Justiça americana o direito de vir ao Brasil com a Samantha, por 14 dias, com autorização judicial. Na audiência, o juiz disse que se eu não voltasse a gente resolveria por aqui, porque para ele não fazia sentido dois brasileiros brigando por isso lá”, diz Flavia. Maurício Sadicoff nega as acusações da ex-mulher e diz que as afirmações dela não condizem com a realidade.

Ao ir para o Rio de Janeiro, Flavia decidiu que não voltaria mais para os Estados Unidos e, ainda em 2009, o pai de Samantha entrou com o pedido de guarda da filha. Posteriormente, segundo Flávia, Maurício, que é analista de sistemas, deu entrada em um processo acusando ela de sequestro internacional, acionando a Convenção de Haia.

Pai nega acusações

De acordo com o portal G1, o pai de Samantha, Mauricio Sadicoff, disse que a ex-mulher está mentindo. “Todas alegações da mãe da minha filha não correspondem à realidade e por isso mesmo não foram comprovadas, levando o Judiciário brasileiro a me dar ganho de causa em três instâncias de julgamento – e já tendo o próprio STF confirmado duas vezes a decisão de retorno de Samantha aos EUA. À parte isso, não comento mais para preservar a Samantha e porque o processo corre em segredo de Justiça”, argumentou Maurício.

‘Fica Samantha’

O caso de Samantha tem gerado repercussão nas redes sociais. A página “Fica Samantha” criada no Facebook em 2015 e já tinha mais de 18,3 mil curtidas até esta terça-feira (21). Flávia diz estar com medo de perder a guarda da filha. Para ela, caso perca, é como se a menina fosse viver com um “estranho”.

“Eu estou com muito medo, mas estou com confiança de que, depois de quase 10 anos, o Brasil não vai expatriar uma criança para um estranho com histórico de violência doméstica. É como você colocar seu filho na mão de um completo estranho num outro país. A Convenção de Haia tem uma cláusula de exceção que diz que se existir qualquer risco para a criança de dano físico moral ou psicológico a criança não pode ser expatriada. E a nossa defesa é baseada nisso. Se existe essa cláusula ela pode ser aplicada”, explicou Flavia. (Com informações do G1).

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