A Justiça Federal do Amazonas condenou quatro pessoas, entre elas um americano que não teve sua identidade revelada, pelos crimes de favorecimento à prostituição e exploração sexual. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os crimes ocorreram entre 2005 e 2007 e as vítimas são meninas com idades entre 12 e 17 anos, de origem indígena ou ribeirinha. Umas das vítimas chegou a engravidar após os abusos.
O MPF afirmou que o grupo criminoso vendida pacotes turísticos de pesca esportiva a moradores dos Estados Unidos. Um dos destinos era a região do Rio Amazonas. De acordo com as autoridades, os crimes ocorriam nas cidades de Autazes e Barcelos envolvendo cinco pessoas, um deles o proprietário da empresa de turismo Wet-a-line, com sede no estado da Georgia. A empresa fechou em 2009. Ele foi condenado a a 92 anos e 2 meses de prisão. Outros dois agentes operacionais foram condenados a 63 anos de prisão por aliciamento de menores, junto com o guia de pesca, que pilotava a embarcação, que teve sentença de 69 anos de reclusão.
De acordo com o Ministério Público, todos tiveram as penas agravadas pela quantidade de vezes em que as vítimas se submeteram à prática de prostituição. “Foram onze ocorrências identificadas no curso do processo”, afirmaram as autoridades.
Como o grupo agia
Os casos ocorriam em barcos de pesca, segundo o MPF. Muitas das vítimas eram atraídas para trabalhar nas embarcações sob a falsa promessa de exercer a função de auxiliar de serviços gerais. “Somente depois eram informadas sobre a real finalidade de seus embarques, que envolvia a prestação de serviços sexuais a turistas estrangeiros com o uso de bebidas alcoólicas, drogas e sexo sem preservativo, o que gerou, inclusive, a gravidez de uma das vítimas”, afirmou o Ministério Público.
No curso da investigação, a polícia também teve acesso a um CD contendo fotografias de cunho sexual de mulheres e crianças a bordo dos barcos, em companhia dos turistas.
*com informações do G1