A Suprema Corte americana decidiu manter a lei estadual do Kentucky de restrições ao aborto. Assim, as equipes médicas do estado terão que mostrar a tela e descrever as imagens de ultrassom, incluindo o tamanho dos órgãos, a mulheres que vão passar pelo procedimento. Além disso, deverão deixar o áudio alto para que as batidas do coração do feto sejam ouvidas.
O texto exige ainda que os profissionais de saúde sigam com as intervenções mesmo se a paciente reclamar e tornar evidente que está incomodada. Eles podem ser multados e levados ao conselho de medicina caso não obedeçam. A ação que questionava a lei, assinada em 2017, tinha como argumento a violação do direito de livre discurso dos médicos. Inicialmente, o código estadual foi derrubado por um juiz federal. Em seguida, uma instância superior reverteu a decisão.
Depois, a União pelas Liberdades Civis Americanas levou o caso à Suprema Corte, que anunciou esta semana. A entidade argumenta que não há base médica e que o único propósito é coagir as mulheres a desistir da intervenção. O processo foi protocolado em nome de um centro cirúrgico do Kentucky e de médicos que trabalham lá.
Na principal Corte do país, cinco ministros são conservadores e quatro progressistas. Há uma nítida divisão sobre o direito ao aborto.