DA REDAÇÃO – A brasileira Sirley Silveira Paixão, de 30 anos, reencontrou depois de 42 dias o filho Diego Magalhães, de 10 anos, que estava preso em um abrigo para menores de idade em Chicago. Nesta quinta-feira (5), a Corte Federal de Chicago determinou a liberação do menino, que estava sob os cuidados de um abrigo mantido pelo governo.
Sirley tentou entrar pela fronteira dos EUA com o México com o filho no dia 24 de maio pelo conhecido ‘cai cai’, em que imigrantes tentam a sorte e, caso sejam detidos, aguardam audiência no Tribunal e acabam ficando no País ilegalmente. O problema é que, com a política de tolerância zero implementada (e já revogada) por Trump desde abril – em que 2,3 mil crianças foram separadas dos pais e responsáveis – os pais eram detidos em prisões federais e obrigatoriamente colocados em lugares diferentes das crianças. Ela está em Massachusetts e o filho no abrigo em Chicago.
“Ele quer comer McDonald’s de todo jeito”, afirmou a mineira Sirley Silveira, 30, abraçada ao menino franzino de cabelos loiros, pela primeira vez em mais de um mês, revela matéria da Folha de S. Paulo. “É um peso que saiu das minhas costas. Só estava faltando ele. Sem ele, não tinha sentido fazer nada”, declarou Sirley. “Agora, vou ter paz para construir minha vida na América.”
Ao lado do filho, a mãe, que busca asilo nos EUA, disse que o menino emagreceu no período em que ficou no abrigo em Chicago: estranhou a comida. Mas afirmou que ele foi bem tratado, jogava futebol com os amigos, e chegou a quebrar o braço durante as brincadeiras. Seu jogador preferido? Neymar.
Agora, os dois voam para a região de Boston, onde têm amigos e querem recomeçar a vida. “É um país que vai trazer segurança para a gente”, afirmou a mãe.
Diego estava no mesmo abrigo de Diogo, 9, que se reuniu com a mãe, a mineira Lídia Karine Souza, 27, depois de um mês separados.
“Separaram a gente na fronteira e só falaram que iam levar meu filho para um lugar de crianças, porque o lugar para onde eu estava indo era uma cadeia federal, e lá não era permitido haver criança”, contou, em entrevista à Folha em 29 de junho.
‘Boa mãe’
A mineira disse ainda ter passado por uma entrevista de uma hora por telefone para saber se batia no filho, se era uma boa mãe.
“Pegaram minhas digitais para saber se eu não tinha cometido nenhum crime. Para tirar ele de lá, ninguém pediu para eu assinar um papel. Para pegá-lo de volta, tive que assinar um documento de 35 folhas”, conta. ν