DA REDAÇÃO (com G1) – Uma jovem de 20 anos está sendo acusada de manipular o namorado e levá-lo a cometer suicídio por meio de mensagens de texto. O julgamento de Michelle Carter começou na terça-feira (6). O namorado dela, Conrad Roy, tirou a própria vida em 12 de julho de 2014. Na época, a jovem tinha 17 anos. De acordo com a acusação, o rapaz teria tentado se sufocar com monóxido de carbono dentro de um caminhão em um estacionamento. No entanto, hesitou e enviou mensagens para a ré, que o teria mandado voltar para o veículo. Roy tinha 18 anos quando cometeu suicídio. As informações são do jornal “Washington Post”.
Em fevereiro de 2015, Michelle foi processada pela corte de New Bedford Juvenile, no condado de Bristol, em Massachusetts, onde um grande júri encontrou provas suficientes para acusá-la de homicídio involuntário, alegando que ela “ajudou com o suicídio”, sem querer e imprudentemente. Ela foi acusada de ser uma “jovem agressora”. Dessa forma, em vez de uma acusação típica de menores, os promotores poderiam buscar uma sentença de prisão mais severa de 20 anos. Ela foi liberada em uma fiança de $ 250 mil e desde então se declarou inocente.
De acordo com jornais locais, Carter enviou dezenas de cartas para Roy para o ajudar a planejar o suicídio. Ela reclamou que ele estava hesitante e insistiu que ele se preparasse para seguir com o plano. Em uma das mensagens, ela diz: “Chega de enrolar. Não há mais espera”. Mais de um mês antes da morte, ela enviou um texto: “Vamos melhorar e lutar contra isso”. Os advogados da jovem afirmaram que as palavras dela ao namorado não podiam ser criminalizadas segundo a lei estadual e que ela tem direito à “liberdade de expressão”.
Desde a prisão de Michelle, a estratégia da defesa era construir uma narrativa de que ela era uma adolescente confusa que foi manipulada por seu namorado suicida. Mas os promotores, por sua vez, descreveram Carter como um sociopata que se “alimentava” de um jovem frágil.
Para a família de Roy, as ações de Carter após a morte do namorado fizeram com que ela pareça calculista e não inocente. Três meses após a morte de Roy, Carter organizou um torneio de softball e arrecadou fundos para conscientização em saúde mental, de acordo com a CNN. Na época, ela ainda chegou a publicar no Twitter: “Não posso acreditar que hoje já marca quatro meses sem você. Eu te amo e sinto sua falta sempre Conrad”.