Os veículos turcos divulgaram vários detalhes sobre o suposto assassinato do jornalista saudita, Jamal Khashoggi, que está causando uma grande repercussão no mundo todo. As novas revelações, feitas na quinta-feira (18), trazem detalhes mórbidos sobre a morte do repórter. Erdogan chegou a afirmar que partes do consulado foram pintadas para esconder evidências.
O jornal turco pró-governista “Yeni Safak” publicou o conteúdo de gravações feitas no interior do consulado da Arábia Saudita em Istambul. De acordo com a reportagem, Jamal foi torturado e decapitado por agentes sauditas. O veículo também afirma que o assassinato durou sete minutos e que o corpo teria sido desmembrado ainda vivo.
Além disso, é atribuída a seguinte frase ao cônsul-geral saudita Mohammed al-Otaibi: “Faça isso do lado de fora, você está me causando problema”. Segundo o texto, um dos torturadores respondeu: “Cale a boca se quiser estar vivo quando retornar à Arábia Saudita”.
Na quarta-feira (17), foram feitas buscas na residência oficial do cônsul, mas Al-Otaibi já deixou a Turquia rumo à Arábia Saudita. No dia 2 de outubro, Jamal entrou no consulado em Istambul a fim de retirar documentação para o casamento com a noiva, que é turca, e nunca mais foi visto.
Apesar da investigação conjunta, Turquia e Arábia Saudita estão em lados opostos nesta história. A Turquia continua firme na insistência de que os sauditas mataram o dissidente. E os sauditas continuam negando qualquer ato contra Jamal, mas também não dão nenhuma versão plausível que mostre o contrário.
O jornalista saudita vivia nos Estados Unidos desde 2017. O jornal “Washington Post”, do qual Jamal era colunista, publicou, na versão impressa desta quinta-feira (18), o último texto dele, intitulado “Do que o mundo árabe mais precisa: liberdade de expressão”. No artigo, Jamal Khashoggi reforça que os casos de abuso contra jornalistas até geram protestos imediatos, que são sempre rapidamente seguidos do silêncio da comunidade internacional.