O jornalista americano Brent Renaud, de 50 anos, foi baleado e morto na cidade de Irpin, na Ucrânia, neste domingo (13). O corpo de Renaud foi identificado pela polícia de Kiev, que postou uma foto do seu passaporte como prova, além de um crachá desatualizado do jornal The New York Times. Em nota, o New York Times manifestou “tristeza profunda” pelo professional que trabalhou no jornal há alguns anos, mas não estava cobrindo a guerra da Ucrânia para o veículo. Mais tarde, a Time Studios, que detém a revista Time, revelou que ele era contratado de um projeto sobre a crise global de refugiados. “Nossos corações estão com todos os entes queridos de Brent”, disse a empresa em comunicado.
O ataque russo deixou ferido outro jornalista americano, o fotógrafo Juan Arredondo, vencedor do World Press Photo, um dos principais prêmios internacionais do fotojornalismo. Eles estavam juntos no carro a caminho de um campo de refugiados onde fariam uma filmagem quando aconteceu o tiroteio. “Atravessamos o posto de controle e eles começaram a atirar em nós. Então o motorista se virou e continuaram atirando em nossa direção”, explicou o Arredondo em vídeo feito no hospital de Okhmatdyt e postado no Twitter. “Meu amigo foi baleado no pescoço e deixado para trás. Então nos separamos”, completou o fotógrafo.
Brent Renaud foi um documentarista, produtor e jornalista de destaque. Ele nasceu no Arkansas e morava atualmente em New York. De acordo com sua biografia, atuou em projetos de mídia humanitária no Iraque, Afeganistão, Haiti, Egito e Líbia. Ele se torna o primeiro profissional de imprensa estrangeiro a morrer na guerra na Ucrânia. O operador de câmera ucraniano, Yevhenii Sakun, faleceu quando a torre de TV de Kiev foi bombardeada no início deste mês.
O governo dos EUA ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas em entrevista ao canal CBS, o Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse que estava em contato com as autoridades ucranianas para apurar a situação e que ‘haverá respostas’. Os EUA responderão com “consequências apropriadas” ao assassinato “chocante e horripilante” do jornalista Brent Renaud. A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) também abriu investigação.