Cinema/TV

‘Joker’, a história do Coringa, bate recorde de bilheteria nos EUA

Filme é cheio de polêmicas a respeito de seu conteúdo violento e temática delicada

A interpretação de Joaquin Phoenix chama a atenção em Joker (Foto: Divulgação/WB)
A interpretação de Joaquin Phoenix chama a atenção em Joker (Foto: Divulgação/WB)

DA REDAÇÃO – O filme ‘Joker’, que conta a história do vilão Coringa, é o filme mais comentado do momento. E não é à toa. O longa estreou nos cinemas americanos mostrando toda a sua força e capacidade para lotar as salas de cinema. O filme de Todd Philipps, estrelado por Joaquin Phoenix, arrecadou $96.202 milhões em seu primeiro fim de semana.

O protagonista tem sido muito elogiado por sua atuação. Dedicado a contar a gênese da cruel loucura do vilão mais popular da cultura pop, o filme chega ao circuito comercial sob a expectativa de mais prêmios (venceu o Festival de Veneza, no mês passado) e já envolto em muitas polêmicas, indissociáveis de uma figura tão violenta quanto carismática.

Em Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008), dirigido por Christopher Nolan, o personagem de Ledger deixava para trás qualquer traço cômico, visto em adaptações anteriores, para encarnar um psicopata excêntrico, mas inescrupuloso e capaz de conquistar o público pela autenticidade e persuasão.

A versão assumida por Phoenix, no ponto de vista do jornalista Pedro Galvão do Portal UAI, não descarta essas características. Porém, apresenta uma trajetória humana ainda mais impactante, diretamente relacionada a várias misérias sociais contemporâneas. Coringa extrapola o universo dos quadrinhos, sendo um drama violento e inquietante sobre um homem derrotado pela sociedade e por si mesmo.

Sua vida melancólica ainda se divide entre os cuidados com a mãe enferma (Frances Conroy), com quem divide o apartamento, e sessões de terapia no serviço social, que o abastece também com medicamentos para seus múltiplos distúrbios psicológicos. Um deles o faz gargalhar em qualquer situação tensa que vivencie.

Nessa trama não existem heróis, tampouco qualquer luta do bem contra o mal. Bruce Waynne é apenas uma criança, que ainda não vivenciou o traumático assassinato dos pais, responsável por transformá-lo no Batman anos mais tarde. Contudo, os vilões são vários e Fleck, a princípio, uma vítima. Sempre tratado como um “esquisito”, segue uma rotina de humilhações, insultos, agressões e fracassos de toda sorte.

Ele acreditava ser alguém feliz, cujo destino era compartilhar alegria com os outros, mas essa compreensão vai ruindo no ritmo dos traumas que sofre. É aí que aspectos nada ficcionais da sociedade entram em seu caminho. Entre eles, o acesso fácil a uma arma de fogo e o descaso do poder público com a atenção à saúde mental da população, cortando gastos para o setor diante da crise financeira em Gothan City.

A polícia está em alerta em diversas cidades americanas em que o filme está sendo exibido por precaução para evitar atentados. 

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo