Histórico

Jogadores brasileiros no Strikers querem chance de sucesso

Time americano de futebol representa oportunidade para jogadores brasileiros mostrarem seu talento

Joselina Reis

Quando surgiu o convite para jogar futebol fora do Brasil, Pecka e Rubens não pensaram duas vezes. Depois de passarem por clubes onde não deixaram seus nomes em nenhuma calçada da fama, eles vêm no time de futebol da segunda divisão de Fort Lauderdale, o Strikers, a possibilidade de finalmente trilharem uma carreira de sucesso no esporte de amam.

O primeiro a chegar foi Pecka, ou melhor, Wellington de Jorge Estanislau Paeckart, de 24 anos. Depois de dez anos nas divisões de base do Flamengo, ele veio para os Estados Unidos na busca de melhores oportunidades para mostrar seu talento. “Aqui todos são bem vindos, independente da nacionalidade”, revela o jogador durante entrevista no estádio Lockhart enfeitado com as bandeiras de origem de todos os jogadores, entre elas a brasileira.

Ele lembra que, depois de dez anos no time da Gávea, não foi aproveitado no grupo principal. Seu contrato não foi renovado e a empresa proprietária do seu passe resolveu apresentá-lo para o time americano. A acolhida não poderia ter sido melhor. “Eu vim, fiz o teste e no mesmo dia assinei contrato”, lembra ele que, após os jogos, é um dos mais assediados pela torcida e pelos jornalistas.

Quanto à adaptação ao ritmo americano de viver e ao jeito de jogar futebol, Pecka garante que está completamente adaptado, mas ainda alimenta o sonho de um dia voltar a jogar em solo verde-amarelo. “Financeiramente aqui é melhor, mas não podemos negar nossas origens”, disse ele revelando ainda que gostaria de jogar na Europa e voltar aos times brasileiros antes dos 30 anos. “Eu sei que não posso depender dos clubes de lá e tenho que ir onde as portas se abrirem para mim”, concluiu.

Pecka aposta agora no investimento que o clube de futebol (soccer, em inglês) está fazendo para divulgar o esporte em um estado onde o basquetebol é a grande paixão, para alavancar sua carreira e também dos companheiros.

Entre seus colegas de gramado, está outro brasileiro, Rubens Pinheiro, também de 23 anos. Ele chegou há um mês e ainda está em processo de adaptação com o estilo de vida e de jogo, mas está muito esperançoso com as possibilidades que os EUA podem lhe dar.
“Essa é a primeira vez que eu venho para a América. Estou me adaptando aos poucos”, revelou o jogador que nasceu em São Paulo e jogou em Mato Grosso do Sul.

No pouco que já viu da torcida americana, ele garante que tem diferença com a torcida brasileira. “Eles torcem bastante, vêm aos treinos, mas é diferente. Lá no Brasil, a torcida parece que está em campo com você”, lembra ele que quer levar o Strikers até a final do campeonato da Liga Norte America de Futebol (NASL, sigla em inglês).

Além de Pecka e Rubens, o time do Strikers ainda tem o brasileiro Ricardo Lopes. É dele a responsabilidade de treinar os goleiros do clube.
Strikers

O time de futebol da segunda divisão em Fort Lauderdale, Strikers, foi criado em 2006 depois que o Miami FC foi extinto. A equipe é formada por jogadores vindos de vários países e a direção faz questão de que eles se sintam bem-vindos. Durante as partidas, as bandeiras de todos os países estão hasteadas em homenagens a eles e também à torcida.

Durante o último jogo do Strikers contra o Tampa Bay, no dia 27 de abril, os cartolas convidaram a Escola de Samba Unidos da Flórida para o show do intervalo. Americanos, brasileiros e convidados das mais variadas nacionalidades acompanharam o ritmo das passistas e dos tambores.

A brasilidade entre o Strikers e o Brasil não deve parar por ai. Para quem está com saudade de ver ao vivo o futebol brasileiro, o Strikers convidou o time da primeira divisão brasileira, Cruzeiro Esporte Clube, para um amistoso internacional no dia 23 de junho. As entradas já estão à venda.

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