Vice-presidente disse estar otimista de que o Congresso aprovará a reforma imigratória
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, não tem dúvidas de que o Congresso aprovará a reforma imigratória e insistiu que só falta o presidente da Câmara de Deputados, o republicano John Boehner, convocar uma votação sobre o projeto já ratificado pelo Senado.
“Vamos aprovar o projeto do Senado. Isto vai ocorrer”, assegurou Biden durante um bate-papo com cidadãos através do Twitter e Skype, do qual também participou a diretora do Conselho de Política Interna da Casa Branca, Cecilia Muñoz.
Segundo Biden, uma “ampla maioria” de republicanos e democratas no Congresso “acredita que é o momento” de consertar um sistema imigratório que está “quebrado”.
O único problema, a seu ver, é o fato de Boehner não querer convocar uma votação sobre o projeto de lei para uma reforma imigratória aprovada em junho passado pelo Senado, porque “está muito preocupado” com a reação da base mais conservadora de seu partido e, em particular, com o movimento direitista Tea Party.
“Os votos existem, John Boehner somente precisa convocar uma votação”, afirmou o vice-presidente.
Portanto, lembrou que todas as estatísticas ratificam que a reforma beneficiará “economicamente” os EUA e deu como exemplo a redução do déficit em 850 bilhões de dólares nas próximas duas décadas.
“Meus bisavôs chegaram aqui para escapar da fome e nem todos vieram legalmente”, explicou Biden a um dos cidadãos que participou do bate-papo.
O vice-presidente também enfatizou que o projeto de lei de reforma “não é uma anistia” e que os mais de 11 milhões de indocumentados que hoje vivem nos EUA terão de “ganhar” a cidadania, com requisitos como aprender inglês e pagar impostos.
Uma das participantes expressou a Biden o medo de que seus pais, indocumentados, possam ser deportados.
“Teus pais não precisarão preocupar-se em ser deportados (…) Terão de entrar na fila e cumprir a lei para ser capazes de ganhar a cidadania em um período de tempo que é racional”, respondeu o vice-presidente.
O projeto de lei bipartidário para uma reforma aprovada pelo Senado inclui uma via para obter a cidadania em 13 anos com exigências como o pagamento de impostos atrasados e exames de inglês e de antecedentes criminais. Mas os republicanos da Câmara Baixa frearam o projeto.
Esta decisão levou o presidente dos EUA, Barack Obama, a dizer recentemente que aceitaria a aprovação por partes da reforma imigratória, “desde que todas elas sejam ratificadas”, e não de modo integral como o projeto do Senado.
Com esta postura, Obama, que até agora se opunha firmemente contra esta opção, tenta forçar o Partido Republicano a avançar, pois Boehner se mostrou disposto a aprovar a reforma por partes.
