Marcus Coltro

Jardinagem

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Jardinagem

Sempre digo que meus conhecimentos de botânica se limitam a saber diferenciar árvore de arbusto e flores. Nunca imaginaria que teria uma experiência como jardineiro aqui na Itália–antes mesmo da quarentena, quando as pessoas descobriram dons ocultos tipo contar formigas em formigueiros. A casa que alugamos tem um terrento grande, e o proprietário resolveu construir jardins em vários níveis no barranco ao lado para plantar pês de limão, pois lembrariam de sua infância no sul da Itália. Eles levaram vários meses para preparar os patamares e plantaram uns 15 pês de limão, de vários tipos (nem sabia que tinha tantos “modelos”).

Como eles terminaram um pouco antes do verão e fica esturricadamente quente, o proprietário me pediu para regar de vez em quando. Durante minhas horas de tédio nos fins de semana, além de regar comecei a dar uma geral no terreno, tirava um capim daqui e outro dali. Não fazia ideia de quão difícil é arrancar umas graminhas malditas que teimam em crescer em alguns dias…. mas é um bom exercício, especialmente para mim, que estava totalmente sedentário por muito tempo. Havia umas mini-ferramentas de jardinagem guardadas na garagem, que em pouco tempo destruí com minha “delicadeza” ao utilizá-las. Fui até uma loja grande de ferramentas e coisas para casa e comprei outras, um pouco mais resistentes, mais pesadas e que dão bolhas nas mãos (machoman type). Ah, junto das ferramentas na garagem havia um daqueles sopradores de folhas – nunca entendi bem para que alguém iria empurrar a sujeira de um lado para o outro. Usando que descobri que é prático para juntar as folhas depois, e é um barato de usar, dá para ficar “acelerando” e fazer uma barulheira danada, hehehe!

Voltando aos meus dotes jardinísticos (existe isso?), depois de limpar os terrenos e molhar os limoeiros achei que o terreno estava visualmente muito árido sem outras plantas. Vi uns vasos meio abandonados espalhados pela casa e resolvi transplantar algumas plantas (“transplantar plantas”?) e deu relativamente certo para as que sobreviveram. Depois de uns meses voltei na loja de ferragens e na parte de jardinagem eles tinham cactos! Taí uma planta que é difícil de matar… comprei vários e coloquei em um mini jardim em um dos patamares. Ainda continuava vazio, e do outro lado da casa havia vasos grandes com um monte de plantas com folhas gordinhas de vários tipos (gostou da definição científica?) e minha filha disse que eram suculentas, mas não provei para confirmar se eram suculentas mesmo. Arranquei uns pequenos galhos e replantei no terreno, só que com minha gentileza extrema ao retirar os galhos caíram várias folhas no chão, que deixei lá para recolher depois. Depois, tipo um mês depois quando lembrei da sujeirada. Foi quando vi a coisa mais esquisita do mundo: estava nascendo uma mini plantinha na ponta de cada uma daquelas folhas caídas! Bruxaria!!! Não, minha filha novamente estragou meu barato e disse que essas suculentas podem ser plantadas assim, colocando uma folhinha ou talinho na terra. Menina inteligente, puxou o pai além da beleza e modéstia.

Continuo fazendo umas experiências, arrancando umas plantas de um lugar e replantando em outros – aqui até mato dá umas flores coloridas da hora. Um arbusto que cresceu no terreno estava grande e com umas flores totalmente verdes, muito legal mas em uma posição escondida. Perguntei para um amigo australiano que é jardineiro se poderia replantar, ele disse que basicamente se pode replantar qualquer planta se for feito com cuidado. Well…. eu replantei e em menos de uma semana a bagaça morreu. Aparentemente meus dotes de jardineiro não são tão bons assim.

No próximo capítulo, direi como estão os pés de garrafa de vinho que plantei – acho que deve dar certo, afinal tem muito vinho aqui na Itália!

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