By Luciane Fröhlich, PhD*
De olho nos escândalos que estão emergindo não só aqui nos EUA, por conta das eleições, mas principalmente no Brasil, em razão das investigações sobre corrupção, a Linguística Forense está a postos, com todas as suas armas para auxiliar órgãos públicos e privados na investigação da linguagem escrita e falada em contexto jurídicos, bem como prova/evidência em tribunais.
A LF pode contribuir em tais casos de diversas formas. Uma delas é fornecendo uma análise textual aprofundada, direcionada à identificação de material escrito suspeito (como cartas anônimas ou com identidade questionada), traçando-se o perfil linguístico de indivíduos.
Assim como toda pessoa possui uma identidade digital, também desenvolve uma identidade linguística única. Somos detentores de um idioleto, uma espécie de dialeto próprio, formado a partir das experiências linguísticas, sociais e geográficas armazenadas ao longo de nossa existência.
Esses traços linguísticos nos diferenciam em situações escritas e orais, com alta probabilidade de acerto.
Desta forma, a atribuição de autoria, baseada em análise textual, pode auxiliar juízes e jurados a decidir questões civis e criminais.
Aqui nos Estados Unidos, agentes treinados do FBI fornecem, desde 2000, testemunho de peritos em Linguística Forense, como o agente aposentado James Fitzgerald, um dos responsáveis por desvendar grandes casos como “Unabomber” e “Anthrax”, usando técnicas de análise textual.
No Brasil, embora a área seja relativamente jovem vem ganhando notoriedade através de pesquisas acadêmicas (como as da UFSC e da UNICAP) e certos casos particulares de atribuição de autoria. O próximo passo é a sua aceitação como prova/evidência em tribunais.
Para maiores detalhes sobre a área, acesse o site www.i-trad.com.
*Perita em Linguística Forense, com aperfeiçoamento nos Estados Unidos (UC-Pennsylvania Center of Criminological & Forensic Sciences); doutora em Estudos da Tradução aplicada à linguagem jurídica, com pós-doutoramento em Tradução pela UCI/USA e Linguística Forense pela PPGI/UFSC, sob supervisão do perito e professor emérito Malcolm Coulthard Aston-Uk/USFC. Também é mestre em Linguística (PGI/UFSC), tradutora e intérprete judicial ad hoc (alemão/port), com vasta experiência em tradução juramentada.
E-mail de contato: luciane@i-trad.com.