Minha mãe completou 80 anos e resolvemos dar de presente uma viagem à Itália, com toda a família. Apesar de ela ainda estar em excelente forma, sabíamos que os passeios a pé seriam longos e cansativos. Como fomos em 8 pessoas tivemos que alugar um Ducato da Fiat – uma van enorme de nove lugares. Digamos que em boa parte das cidades que iríamos visitar esse carro mal passava pelas ruas. Já para sair da locadora foi bem difícil… ainda bem que minha mãe tem força nos braços, porque para subir já era complicado.
As estradas por qual passamos estavam muito boas, várias com três pistas, túneis novos, e asfalto impecável! Que inveja… Outra coisa que invejo, são os restaurantes de estrada, Autogrill em especial. Alguns tem restaurantes completos, e com comida muito boa por preço razoável. Vendem sanduiches feitos na hora, com recheios de queijos, presuntos e outros frios “horríveis” da Itália (que fome, escrever esses textos no fim do dia não é uma boa ideia!)
Apesar de ser verão, as temperaturas não estavam tão altas, mas quentes o suficiente para desejar ficar dentro do carro em alguns lugares. Como foi a primeira vez que minha mãe foi à Itália, tentamos fazer alguns passeios típicos, como Coliseu, Fontana de Trevi, Praça da Espanha, Vaticano, etc. Ao ver a fila do Coliseu demos meia volta e fomos almoçar em um restaurante em frente que tinha algo mais interessante: ar condicionado.
Eu mesmo já havia visitado o Coliseu, mas faz tanto tempo que acho que ainda estava em construção, e minha mãe nem fez tanta questão de enfrentar aquela montanha de gente para ver ruínas. Pegamos o carro e fomos dar uma volta – eu levei um GPS portátil, mas meu irmão Marcello ligou o celular com Waze e todos acharam mais fácil utilizá-lo, afinal mostraria o caminho mais livre. Estava tudo bem até notarmos que as ruas começaram a ficar estreitas, com mesinhas e um monte de gente a pé em nossa frente. Só então percebemos que estávamos em cima de um calçadão – o Waze maledeto (palavrão bem aplicado no contexto italiano) mudou o trajeto de carro para a pé! Por sorte não tomamos multa (ou só ainda não chegou), era feriado e todos os policiais que nos viam deviam estar achando que tínhamos autorização para rodar lá. Afinal, que tipo de xarope iria andar com um carro daquele tamanho no meio do calçadão?
Fomos ao Vaticano (uma multidão de turistas e cambistas querendo vender “atalho” na fila…), e em alguns outros lugares em Roma. Depois seguimos para Firenze, onde também tinha gente para todo lado, mal dava para andar. Ou seja, tipo de lugares que não me atraem nem um pouco. De lá fomos para Siena, que é de longe o local mais bonito por onde passamos, não tinha tantos turistas e haviam lojas bonitas e restaurantes muito atrativos.
A cidade estava se preparando para o festival Palio di Siena – uma corrida de cavalos com competidores de diferentes regiões da cidade, cada um com vestimentas e bandeiras com cores representando seu bairro. Se eu tivesse que escolher entre Roma e Siena para passar uma semana, certamente ficaria com a última. Não dá para conhecer tudo em um dia só, e o ambiente é muito acolhedor. Imagino que deva ser muito romântico também, mas quem está solteiro aproveitaria bem a cidade só para relaxar, comer bem e tomar vinho!