Negócios

Investidor estrangeiro começa a voltar ao Brasil

Depois de encolher desde 2014, ano de início de crise econômica nacional e política, fatia de recursos vinda ao Brasil de fundos estrangeiros vem subindo desde junho

DA REDAÇÃO (com Folha de S.Paulo) – Aos poucos, a percepção internacional de que o pior a crise econômica e politica no Brasil já passou vai se cristalizando como algo próximo da realidade. Isso é o que indica um levantamento recente, parte de reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que mostra que o país começou a recuperar parte do terreno que havia perdido para outras nações emergentes nos investimentos estrangeiros destinados ao mercado financeiro.

Depois de encolher desde 2014, a fatia de recursos que o país recebe de fundos globais voltados para a América Latina, os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) ou as nações em desenvolvimento como um todo sobe desde junho.

A parcela aplicada no país pelos fundos que investem exclusivamente em títulos de renda fixa de mercados emergentes atingiu 9,4% em julho, maior nível desde junho de 2015, segundo dados da consultoria EPFR Global, citada pelo jornal.

No caso dos fundos de ações e renda fixa focados em América Latina, os percentuais de aplicações alocados no Brasil atingiram em julho os maiores patamares desde o segundo semestre de 2014, quando a economia do país começou a dar sinais claros de desaceleração e a crise politica foi desencadeada, com a reeleição de Dilma Rousseff.

Com a recessão em 2015 e o aprofundamento da crise política, os investimentos estrangeiros nos ativos do país caíram ainda mais, tendência que continuou até o primeiro trimestre deste ano.

Apesar da recuperação recente, as fatias dos recursos recebidos pelo Brasil em comparação a seus pares não voltaram para os patamares muito elevados registrados entre 2009 e 2010, quando o otimismo em relação ao país atingiu seu ápice.

Especialistas afirmam à Folha que, além de modesta, a incipiente trajetória de recuperação tem sido marcada por altos e baixos e está sujeita a reversões repentinas. Tudo vai depender, dizem, do andamento das reformas propostas pelo governo Michel Temer e de sua eficácia.

Se a economia melhorar, analistas acreditam que, mesmo que os juros subam nos EUA no curto prazo, a atratividade do Brasil continuará aumentando.

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