Segundo autoridades, medida só será tomada se não for cumprido a norma de reciprocidade
O ministro brasileiro do Turismo, Luiz Barretto, afirmou que autoridades do governo britânico confirmaram que aquele país não vai exigir vistos para turistas brasileiros a partir de 2009. “Todos os setores do governo britânico com os quais eu conversei, principalmente da área de turismo, se sentem muito constrangidos com o tema e me deram uma boa notícia, de que não vai haver visto para turistas brasileiros”, disse o ministro, em uma entrevista em Londres, a capital inglesa. Na avaliação de Barretto, o governo britânico se precipitou ao incluir o Brasil na relação de países considerados de risco. “A importância econômica que o Brasil tem hoje faria com que isso fosse um impeditivo para negócios e turismo e causaria um grande tumulto”, afirmou o ministro.
De fato, as autoridades britânicas e do Itamaraty chegaram a um acordo durante reunião realizada em Brasília em que a Grã-Bretanha teria desistido de exigir vistos de brasileiros e retiraria o nome do Brasil de uma lista de 11 países que não combatem a imigração ilegal. No final das contas, disseram que tudo não passou de um mal-entendido, pois o governo britânico esclareceu que simplesmente pretende estabelecer um “programa de atividades recíprocas” em que ambos os países se dispõem a discutir temas relativos à imigração ilegal. Novos encontros devem ser realizados até o fim do ano para avaliar o desempenho das atividades. “Ambos os países estão comprometidos em evitar que a introdução seja necessária, mas a fase ainda é de negociações”, declarou a assessoria do Ministério do Interior.
A situação estava incerta desde que o Ministério do Interior britânico anunciou que exigiria visto de turistas brasileiros e de outros dez nacionalidades, como parte de uma nova lei para conter a imigração ilegal. Além do Brasil, estão na lista Bolívia, Botsuana, Lesoto, Malásia, Maurício, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Trinidad e Tobago e Venezuela, países que foram incluídos porque representam risco à Grã-Bretanha. Os quesitos analisados incluem o uso de passaporte falso, a imigração ilegal – número de deportados, de barrados nas fronteiras e de trabalhadores ilegais -, os índices de criminalidade, a ameaça de terrorismo e a forma como os governos dos respectivos países estão lidando com essas questões. Com a nova lei os cidadãos destes países que pretendem visitar a Grã-Bretanha precisarão de um visto de seis meses, que deverá ser expedido antes da viagem.
