O influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, pode ser punido com até dois anos de detenção por descumprimento de ordens judiciais no Brasil. Vivendo na Flórida desde o ano passado, Monark agora é acusado pela Polícia Federal brasileira de criar novos perfis para reproduzir conteúdo com desinformação, já vedado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e tentar lucrar com o material.
Monark teve contas bloqueadas no âmbito do inquérito que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro – quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. Em abril do ano passado, Moraes proibiu o influenciador de espalhar fake news sobre a atuação do Supremo ou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na quinta-feira (4), o influenciador teve seus canais de vídeos removidos permanentemente do YouTube. “Youtube acaba de deletar todos meus canais permanentemente, não bastava banir do Brasil, querem apagar minha existência”, comunicou Monark através da rede social X (antigo Twitter). Monark já havia sido desmonetizado pelo YouTube em fevereiro de 2022, mas ainda mantinha seu canal com mais de 3 milhões de inscritos.
À Gazeta do Povo o YouTube explicou que a remoção do canal se deu por não seguir as diretrizes e violar as políticas da plataforma. “Todos os criadores do YouTube precisam seguir nossas Diretrizes de Comunidade e, quando aplicável, nossas Políticas de Monetização. Após cuidadosa análise dos referidos canais, verificamos violações a nossas políticas e por isso os canais foram removidos”, declarou o YouTube em nota.
Conforme o Código Penal, quem exerce atividade ou direito de que foi suspenso ou privado por decisão judicial pode ser punido com três meses a dois anos de detenção, ou multa. Para a PF, a desobediência à ordem judicial ficou caracterizada pela “reiterada recusa em acatar a determinação judicial de cessar a divulgação de notícias fraudulentas”.
Em agosto de 2023, o ministro Alexandre de Moraes multou o influenciador em R$ 300 mil pelo descumprimento e determinou a abertura de um inquérito para investigar o podcaster. A PF afirmou que a criação de novos perfis se revelou “como um artifício ilícito utilizado para produzir e reproduzir conteúdo que já foi objeto de bloqueio, veiculando novos ataques, violando decisão judicial”.
O influencer não compareceu a um depoimento marcado pela Polícia Federal no dia 27 de dezembro.
*com informações do G1