DA REDAÇÃO (com G1) – O governo federal do Brasil pode estar sob nova direção, mas os problemas que marcaram a gestão da presidente afastada Dilma Rousseff continuam a atrapalhar a economia do maior país da América Latina. Prova disso é a mais recente pesquisa Focus, na qual economistas de bancos subiram sua expectativa para o comportamento da inflação neste ano, ao mesmo tempo em que passaram a prever uma retração menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016. O levantamento foi feito pelo Banco Central na semana passada e divulgado na segunda-feira (23), recebendo destaque no portal G1. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.
A previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 7% para 7,04% na semana passada. Com isso, a taxa prevista permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, passou de 0,51% em abril para de 0,86% em maio. A taxa é a maior para o mês de maio desde 1996, quando o IPCA-15 registrou alta de 1,32%.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação ficou estável em 5,5% na última semana, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% – fixado para 2017 – mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.
No caso do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o mercado passou a prever uma contração de 3,83% para o nível de atividade, contra a estimativa anterior de um “encolhimento” de 3,88% em 2016.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Se a expectativa dos analistas se confirmar, a situação da economia brasileira terá piora neste ano frente à retração registrada em 2015, que foi de 3,8%, e o PIB terá o maior “tombo” desde 1990 – quando recuou 4,35% – ou seja, em 26 anos.
Com a previsão de um novo “encolhimento” do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.