A inflação do varejo nos EUA no mês de abril teve alta de 0,8% na comparação com março e 4,2% em relação a abril do ano passado. A alta é considerada acima do esperado por diversos economistas.
De acordo com o consenso Refinitiv, a expectativa era para uma alta de 0,2% em relação a março deste ano e de 3,6% em relação a abril do ano passado. Já o núcleo da inflação, excluindo dados como comida e energia, teve alta maior, de 0,9% na comparação mensal.
“O mercado reagiu mal aos números de inflação. O resultado veio bem acima do esperado gerando uma reação negativa. Os dados colocam em risco a política de estímulos do FED (Federal Reserve). E o mercado antecipa a alta de taxa de juros americana. O FED vinha insistindo que o efeito é transitório. Mas o dado veio bem acima do esperado e alguns agentes começam a enxergar uma história diferente do discurso do Powell”, explica João Beck, sócio da BRA.
De acordo com Beck, para o Brasil, a notícia é negativa. “Altas maiores de juros nos EUA têm o efeito de uma fuga de capitais de curto prazo. As taxas de juros futura sobem hoje refletindo uma possibilidade maior de termos altas maiores da SELIC para segurar o fluxo de saída de capital”, diz.
Segundo Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, os dados são até positivos para o Brasil devido ao preço das commodities que estão subindo, mas ao longo do tempo é prejudicial, pois quando os juros nos EUA sobem, os investidores acabam tirando dinheiro do Brasil para colocar em títulos americanos.
“A bolsa sentiu no curto prazo, mas acredito que aconteça uma recuperação dos preços dos ativos hoje, dado que nossa bolsa tem minério e petróleo subindo de forma positiva na abertura do dia”, diz.