Pelo menos seis funcionários sem autorizações de trabalho adequadas foram demitidos de uma vinícola do presidente Donald Trump, no estado da Virgínia. Recentemente, a imprensa denunciou a presença de trabalhadores indocumentados naquela empresa. Durante anos eles trabalharam em funções ligadas à colheita de uvas, sem terem apresentado a documentação necessária, mas isso mudou repentinamente esta semana.
“Eles simplesmente nos chamaram ao escritório para uma conversa com o chefe e disseram que nossos documentos não eram válidos. Por esse motivo, não podíamos continuar trabalhando na vinícola”, disse o hondurenho Omar Miranda, um dos funcionários demitidos. Segundo ele, os empregadores argumentaram que as empresas americanas não podem contratar funcionários sem a devida documentação por força da lei, mas ele já estava na empresa desde 2013.
Uma reportagem veiculada pela Univision no verão do ano passado revelou a existência de ao menos seis indocumentados na vinícola. Na época, nenhuma ação foi tomada pelos empregadores e todos os empregados atuaram na colheita das uvas, que no hemisfério norte é no outono (entre setembro e dezembro). As uvas foram transformadas em vinho e, só então, os trabalhadores foram demitidos.
O caso gerou um certo desconforto para o presidente Trump, que está em plena campanha pela reeleição para um segundo mandato na Casa Branca, enquanto os democratas tentam tirá-lo do cargo por meio do impeachment, já aprovado na Câmara dos Deputados. Em um vídeo promocional da vinícola, o presidente da empresa, Eric Trump, afirmou com todas as palavras que sua família está envolvida em todos os aspectos do negócio. A empresa não quis comentar o fato de que os empregados trabalhavam com números de social security falsos, nem que alguns deles costumavam atuar longas horas, do nascer ao pôr do sol, sem remuneração por horas extras.
A vinha de Trump é a maior da Virgínia e seus campos cultivam videiras que produzem espumantes, rosés, brancos e tintos. Nos terrenos da vinícola há um hotel de luxo que também depende em parte de trabalhadores sem documentos, segundo dois ex-funcionários que trabalhavam lá