O Índice do Custo de Vida (ICV) no município de São Paulo subiu 0,72% em janeiro, de acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese). Os gastos tradicionais de janeiro com matrículas e materiais escolares e a alta dos combustíveis resultaram numa aceleração do ritmo de alta em comparação a dezembro, quando o indicador apontou inflação de 0,19%. Essas despesas, porém, exerceram maior pressão sobre o custo de vida da camada mais rica da população.
O peso do grupo Educação e Leitura sobre o resultado geral foi de 0,33 ponto percentual, em função da alta das mensalidades escolares. Segundo o Dieese, o aumento médio das mensalidades de cursos de 1º e 2º foi de 7,55% no mês. A entidade ainda espera reajustes de cursos universitários para fevereiro.
Os Transportes responderam por 0,28 ponto percentual do índice cheio. Nesse grupo, o vilão foi o álcool, que terminou o mês com forte elevação – trajetória confirmada por outros índices de preços. No ICV do Dieese, a variação captada para esse combustível em janeiro foi de 10,89%.
O grupo Alimentação subiu apenas 0,33% no mês, beneficiado pela deflação de 0,45% nos alimentos in natura e semi-elaborados. As refeições fora de casa, porém, aumentaram 1,48%.
Houve deflação nos grupos Vestuário, de 0,34%, e de Equipamento Doméstico (eletrodomésticos, utensílios e demais gastos com a casa), de 0,52%. Em ambos os casos, as liquidações típicas de começo de ano explicam o resultado.
Com as maiores pressões de alta concentradas em itens como mensalidade escolar e combustível, a inflação sentida pela camada de maior poder aquisitivo da cidade (com renda média de R$ 2.792,90) foi de 0,93%, maior do que o índice geral. As famílias mais pobres (renda média de R$ 377,49), em cujo orçamento os alimentos e a habitação têm maior peso, perceberam inflação de apenas 0,25%. As do estrato intermediário (renda média de R$ 934,17) observaram em janeiro alta de 0,49% em seu custo de vida. As diferenças entre as taxas resultam da maneira como as diversas famílias paulistanas distribuem seus gastos.