A indicada pelo presidente Joe Biden para ser a nova embaixadora dos EUA em Brasília, Elizabeth Bagley, participou da primeira sabatina no Senado nesta quarta-feira (18), antes de ser confirmada para o cargo. Bagley, de 69 anos, respondeu a questionamento dos parlamentares sobre assuntos que interessam aos dois países. Os temas mais abordados foram eleições e meio-ambiente.
O senador Robert Menendez, presidente da Comissão para Assuntos Exteriores, perguntou à indicada sobre a dúvida que o presidente Jair Bolsonaro tem levantado sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro, e o que ela poderia fazer para se certificar de que as eleições serão limpas. A diplomata, que durante 30 anos atuou como observadora internacional de pleitos eleitorais em vários países, falou que os comentários de Bolsonaro têm colocado o processo em xeque, mas “apesar dele”, ela confia em eleições “livres e justas”. “Bolsonaro disse várias coisas, mas o Brasil é uma democracia”, afirmou ela. “Eles têm todas as instituições democráticas que precisam”, completou.
A diplomata também falou que, se for confirmada no cargo, uma de suas prioridade será trabalhar com as autoridades brasileiras para que o país atinja as metas de redução do desmatamento da Amazônia. Bagley criticou o governo atual por não se esforçar para cumprir os compromissos de proteção da floresta firmados ano passado durante a Conferência do Clima em Glasgow, na Escócia.
Doutora em direito pela Universidade de Georgetown, Bagley já atuou como embaixadora dos EUA em Portugal e foi conselheira sênior dos secretários de Estado, John Kerry, Hillary Clinton, e Madeleine Albright. Ela foi nomeada em janeiro e ainda terá que submeter a outras etapas da sabatina antes de assumir a missão no país sul-americano.