A morte de João Gilberto na manhã de sábado (6) não foi um assunto restrito à imprensa brasileira. Também os mais importantes jornais do mundo deram destaque ao falecimento do músico baiano, pioneiro da Bossa Nova, estilo de músico genuinamente brasileiro, criado a partir da fusão do ritmo sincopado do samba com a complexidade harmônica do jazz. O gênero também ficou caracterizado pela suavidade na interpretação das músicas e o esmero na escolha das letras das canções.
A canção “Chega de Saudade”, de Tom Jobim, na voz de Gilberto, foi uma espécie de protótipo ou modelo para os compositores influenciados por essa linha, como Roberto Menescal, Edu Lobo, Johnny Alf, Marcos Valle, Billy Blanco, Antonio Adolfo, Carlos Lyra, Baden Powell, e até mesmo a geração seguinte, de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
O gênero elaborado por Gilberto ganhou o mundo em 1964, quando ele gravou um disco com o saxofonista americano Stan Getz, que vendeu milhões e ganhou o Grammy de “Álbum do Ano”. Depois disso, a Bossa Nova internacionalizou-se de vez e foi incorporada ao repertório de todos os grandes músicos e intérpretes.
João Gilberto morreu no sábado (6), em sua casa no Rio de Janeiro, aos 88 anos. Seu legado, entretanto, sobrevive e é reconhecido como uma das maiores expressões artísticas do século vinte.
Algumas manchetes internacionais sobre a morte do brasileiro:
BBC:
“O estilo de Gilberto, misturando influências tradicionais e modernas, inspirou a Bossa Nova e influenciou a música e os músicos que vieram depois dele.”
The New York Times:
“Mr. Gilberto absorveu e misturou o samba com o pop e o jazz americanos para criar um novo gênero para os jovens urbanitas brasileiros na virada dos anos 1950/60, ajudando a Bossa Nova a se tornar o símbolo de um Brasil jovem e confiante”.
CNN:
“Gilberto foi um gigante da Bossa Nova, considerado um dos responsáveis pela criação do gênero que levou a música brasileira para o mundo.”
Le Monde:
“Joao Gilberto inventou a Bossa Nova, um gênero que nos acompanha há seis décadas e que não para de se renovar, uma revolução que contaminou tudo que é musical, do elevador à festa rave.”