A demanda por profissionais de saúde na Flórida aumentou 80% entre os anos 2017 e 2021, e a necessidade de trabalhadores bilíngues no setor cresceu 204% no mesmo período. A informação é do American Immigration Council, uma organização sem fins lucrativos que atua na defesa dos direitos dos imigrantes nos Estados Unidos. Em relatório divulgado na última semana, a instituição defende que a abertura do mercado de saúde para profissionais treinados no exterior é uma solução viável para resolver o problema.
A ONG propõe reduzir as exigências para revalidar diploma acadêmicos de outros países nos Estados Unidos; um processo processo caro, burocrático e que leva tempo. “Quando você pensa em toda a documentação que os imigrantes têm que apresentar, além da permissão de trabalho, eles ainda precisam encontrar moradia, aprender o inglês técnico. Muitos acabam desistindo”, disse a pesquisadora Mo Kantner. Segundo ela, alguns trabalhadores muito qualificados “acabam aceitando empregos de nível inferior no setor de saúde, ou trabalhando fora dele”. O levantamento constatou que em 2021, quase 40% dos imigrantes com doutorado na Flórida trabalhavam em empregos na área da saúde com exigência inferior ao nível de qualificação do profissional. “É um desperdício de talento”, lamentou Kantner.
A escassez de trabalhadores da área de saúde nos EUA, – um problema que ja era conhecido das autoridades, foi agravada pela pandemia de covid-19, em 2018. Na ocasião, os imigrantes, sobretudo os que ocupam cargos de remuneração mais baixa, foram os mais expostos à contaminação pelo vírus, mas também desempenharam um papel importante na resposta à doença ao ocuparem cargos essenciais, como em lares de idosos.
Segundo a American Immigration Council, para cada professional de saúde disponível no mercado na Flórida, existem 27 ofertas de trabalho. Os cargos com maiores demandas são: enfermeiros e enfermeiras, médicos, e técnicos de laboratórios.