José Palazón é o diretor da ONG Prodein, de Melilha, e um veterano ativista que trabalha na zona. Quando atende o telefone, não sabe que sua imagem foi compartilhada milhares de vezes nas redes sociais porque passou todo o dia na cerca: “Imagino que o impulso de compartilhá-la é causado porque mostra tudo que nos deixa tão bravos, a diferença norte-sul, a desigualdade, a violência que se vive aqui. Tudo que qualquer pessoa odeia e despreza.”
Também enfatiza que não se trata de julgar as duas pessoas que aparecem na foto jogando golfe. “Eu não digo que essas duas pessoas sejam insensíveis. Talvez estejam aí por indiferença, mas também por medo a se envolver em um lugar tão pequeno como é Melilha, onde ir contra a mentalidade enraizada tem muitas implicações”.
Muitas pessoas se perguntavam no Twitter se a foto era real ou era um efeito ótico que fazia com que ambas as cenas parecessem estar mais próximas do que realmente se encontravam. “Não é um efeito. As duas pessoas que estavam jogando golfe estavam a uns 150-200 metros da cerca. O limite do campo é a cerca”, explica Palazón.