Sete mulheres denunciaram que sofreram assédio sexual, exposição a substâncias tóxicas, negligência médica e racismo no centro de detenção de imigrantes Glades County Detention Center (GCDC), localizado em Moore Haven, no sudeste da Flórida.
A denúncia foi apresentada às autoridades federais nesta quinta-feira (26), por várias organizações de direitos humanos, incluindo a Freedom for Immigrants, que liderou o processo.
Na peça jurídica, as imigrantes descrevem que “guardas do sexo masculino entram a todo o momento em suas celas e as observam enquanto estão dormindo ou tomando banho”.
Danielle Harris, uma das detidas envolvidas na acusação disse que um policial refere-se a ela como “macaco”, “ser inferior” e “porca”, além de sugerir que ela “volte para o seu país”, repetidas vezes.
No texto da denúncia, as mulheres também relatam condições anti-higiênicas e intoleráveis, incluindo comida estragada, água potável amarelada, sujeira nas celas e falta de acesso a protetores menstruais e papel higiênico.
Elas também mencionam o uso de um spray tóxico para ‘desinfetar o ambiente’ que, segundo as imigrantes, estaria provocado tosse e outros problemas respiratórios.
“Essas mulheres foram submetidas a indescritíveis assédios e abusos nas mãos do pessoal do ICE”, declarou Andrea Ruiz-Sorrentini, especialista em imigração do Southern Poverty Law Center (SPLC).
Recentemente, o ICE transferiu mais de 100 imigrantes presos em outros estados para o presídio da Flórida.
Sofía Casini, diretora da Freedom for Immigration, disse que quase 30 denúncias de maus tratos contra imigrantes no DCDC foram foram feitas nos últimos meses, “mas nada mudou”.
Diante das novas acusações, os grupos estão pedindo, além da abertura de investigação para apurar as denúncias, a suspensão das atividades do GCDC.
No mês passado, oito membros do Congresso aderiram ao pedido, solicitando ao secretário do Department of Homeland and Security (DHS), Alejandro Mayorkas, a fechar imediatamente o centro de detenção.