Grupo vai pedir o apoio do Papa Francisco para a legalização de imigrantes irregulares nos Estados Unidos
A Arquidiocese de Los Angeles trabalha em conjunto com o grupo, a fim de conseguir uma audiência com o Papa no dia 26 de março, um dia antes do pontíficie encontrar-se com o presidente Obama, informou o ‘Orange County Register’.
O grupo, que inclui mais de uma dúzia de ativistas e pelo menos duas crianças filhas de imigrantes indocumentados, espera entregar pessoalmente mais de mil cartas ao Papa, tendo como remetentes crianças cujas famílias correm o perigo de serem deportadas, disse o jornal.
Se conseguir o encontro com Francisco, o grupo vai pedir que ele fale sobre a importância da reforma imigratória com o presidente.
“Vou entregar a ele um cartão e quero que ele saiba da minha situação”, disse Jersey Vargas, de dez anos, cujos pais estão indocumentados, e que foi informalmente designado pelo grupo como seu porta-voz. “Não somos criminosos. Meus pais vieram para este país buscando uma vida melhor. Mas agora meu pai está preso e tenho medo que ele seja deportado. Vou dizer ao Papa que estou muito triste.”
No domingo, ao final da missa, o arcebispo de Los Angeles, Jose H. Gomez, abençoou a jornada dos estudantes do San Fernando Valley e de outros que os acompanharão na viagem.
Gomez rezou para que Deus “lhes dê coragem … enquanto eles estiverem ao lado dos pobres em sua luta por dignidade e justiça… E que nos guie na direção de reformas na política de imigração americana; que nosso país possa cumprir suas promessas espirituais de liberdade e justiça para todos.
Na semana passada, depois de uma reunião com três membros do Congressional Hispanic Caucus sobre a crescente ansiedade entre os latinos causada pelo número recorde de deportações, Obama prometeu rever a política e de olhar a questão sob um ponto de vista mais humano.
Os membros do CHC, ao lado do deputado Luis Gutierrez (D-Illinois), pressionaram o presidente para que ele use os seus poderes de ordem executiva para sustar o número de deportações durante o seu governo – quase dois milhões.
Em 2012, Obama anunciou uma medida, conhecida por DACA, que suspenderia as deportações por dois anos para os imigrantes indocumentados trazidos para o país ainda crianças. Os imigrantes que se qualificaram conseguiram autorizações de trabalho e carteiras de motorista.
Em 2013, o Senado passou um projeto bipartidário de reforma, que ao mesmo tempo endurecia a vigilância e proporcionava um caminho na direção da cidadania para os ilegais. Mas o esforço empacou na Câmara, onde os republicanos são maioria e onde há maior resitência a qualquer medida que inclua um caminho para legalizar imigrantes indocumentados.