Histórico

Imigrantes ocupam as ruas por reforma

Passeatas aconteceram em pelo menos 220 cidades e 32 estados do país

Milhares de imigrantes voltaram às ruas nas principais cidades norte-americanas para chamar a atenção das autoridades em relação à reforma que daria legalização a mais de 12 milhões de indocumentados que vivem no país. De Washington DC a Los Angeles, passando por Miami, Chicago e Tucson, ativistas pediram o fim das deportações e das operações do ICE (Immigration and Customs Enforcement), mas clamaram principalmente por respeito. “Não somos criminosos, somos seres humanos e temos nossos direitos”, disse um mexicano em Chicago.

A marcha dos imigrantes já surtiu efeito imediato: os dois pré-candidatos democratas à presidência, Hillary Clinton e Barack Obama, se comprometeram a respaldar as iniciativas deste grupo. “Estou comprometida a trabalhar com o Congresso para apresentar um projeto de lei de reforma ampla nos primeiros dias de minha administração”, afirmou Hillary. Obama, por sua vez, garantiu que fará tudo para “trazer ordem e compaixão a um sistema que está falido”. Como o candidato republicano John McCain já havia apresentado um projeto que previa a legalização dos imigrantes sob condições (falar inglês, por exemplo), é de se esperar que o próximo presidente dos EUA seja mais condescendente com a causa. Os três, no entanto, apoiaram a criação de um muro na fronteira.

A manifestação, cidade a cidade:

Tucson (Arizona)
– somente 500 pessoas foram às ruas naquela cidade, muito em função do forte policiamento montado neste Primeiro de Maio. Segundo Margot Veranes, uma voluntária de uma organização que apoia os imigrantes, muitos indocumentados foram presos e deportados dias antes da marcha: “Esta é uma comunidade que vivem com medo”, disse.

Salem (Oregon)
– mais de mil pessoas gritaram palavras de ordem em frente ao Parlamento, pedindo o fim das leis que limitam o bem-estar de imigrantes na região.

Chicago (illinois)
– a passeata pelo centro da cidade reuniu muitos cidadãos norte-americanos, contrários às leis antiimigrantes na América. “Eu quero ajudar aos meus amigos”, disse a adolescente Celeste Rodarte, que recebeu seu green card ano passado.

Miami (Flórida)
– o ativista José Lagos, da Unidade Hondurenha de Miami, se disse otimista: “Vamos seguir batalhando até que seja aprovada uma reforma justa”, afirmou.

Houston (Texas)
– centenas marcharam em downtown e prepararam um abaixo-assinado, que seria enviado ao presidente George W. Bush.

Washington DC
– os manifestantes acreditam que os atos de Primeiro de Maio vão repercutir nas urnas. “O resultado de nosso esforço será visto em novembro, na hora da contagem dos votos”, calcula Jaime Contreras, da Coalização Nacional de Imigração.

Los Angeles (Califórnia)
lá aconteceu a principal manifestação, com a participação de quase 50 mil pessoas. Ao contrário do ano passado, tudo transcorreu de forma tranqüila. O ponto alto foi o encontro de diferentes grupos no McArthur Park, onde houve agressões a imigrantes em 2007.

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