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Imigração planeja nova onda de batidas em maio e junho

Operação nacional visa busca e remoção de centro-americanos com ordens de deportação

DA REDAÇÃO, COM REUTERS – As autoridades imigratórias americanas estão preparando batidas durante os meses de maio e junho, a fim de encontrar e deportar centenas de mães e crianças centro-americanas que entraram ilegalmente no país, segundo a agência de notícias Reuters.

A operação deverá ser a maior já realizada pelo governo Obama este ano, maior que outra realizada no início do ano, concentrada nos estados da Georgia, Texas e North Carolina.

As batidas de janeiro resultaram na prisão de 121 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e acabaram gerando protestos de organizações em defesa dos imigrantes e de alguns parlamentares Democratas, incluindo a pré-candidata do partido à presidência, Hillary Clinton.

O Immigration and Customs Enforcement (ICE) ordenou às seções operacionais que comecem a efetuar prisões durante 30 dias, focando na busca por mães e crianças que já foram informadas pela imigração que devem deixar o país, diz o documento revelado pela Reuters. A operação também irá atrás de menores que entraram no país sem um tutor e que já completaram 18 anos de idado. Duas fontes consultadas pela Reuters confirmaram o teor do documento.

As datas exatas relativas à operação não foram divulgadas, e os detalhes da operação ainda podem mudar.

A operação de janeiro marcou o começo de uma mudança na atuação do ICE, que passa a empenhar-se nas operações de larga escala em vez da busca individual no esforço de deter a imigração ilegal para os Estados Unidos.

Um porta-voz do ICE disse à Reuters que a agência “não confirma e nem desmente a existência de atuais ou futuras operações de aplicação da lei.” O porta-voz disse que os imigrantes que chegaram ilegalmente depois de 1º de janeiro de 2014 são prioritários para a remoção.

Os recursos federais foram bastante exigidos em 2014 durante uma onda de migrantes ilegais que cruzaram a fronteira com o México, especialmente mulheres e crianças fugindo da violência em Honduras, El Salvador e Guatemala.

As novas batidas vêm em resposta à nova onda de entradas ilegais, novamente mulheres e crianças da América Central.

De outubro de 2015 a março de 2016, a Patrulha da Fronteira deteve mais de 32 mil “unidades” familiares, definidas como mulheres e crianças viajando juntas, por cruzarem ilegalmente a fronteira. No mesmo período, em 2014-2015, houve cerca de 14 mil detenções; em 2013-2014, cerca de 19.800.

Muitos dos detidos por entrada ilegal são encaminhados para o processo de deportação, mas não aparecem no dia marcado para audiência perante ao juiz de imigração ou ignoram as ordens de deportação.

O aumento no número de atravessamentos na fronteira colocou o governo de Obama numa posição desconfortável em um ano de eleições presidenciais, quando o desejo do partido é fazer o seu sucessor na Casa Branca.

Obama disse que os imigrantes criminosos e os que entraram recentemente ilegalmente no país são prioritários para a deportação e é frequentemente acusado pelos Republicanos por não fazer nada a respeito da presença de 11 milhões de pessoas vivendo ilegalmente no país. Mas os hispano-americanos tendem a votar nos Democratas, que parecem mais simpáticos à causa imigrante.

Clinton mostrou preocupação durante as batidas de janeiro, dizendo que elas “espalharam medo e divisão pelas comunidades imigrantes”.

O virtual candidato pelo Partido Republicano à presidência, Donald Trump, já afirmou que vai mandar construir um muro na fronteira com o México para coibir a imigração ilegal.

O secretário de Homeland Security, Jeh Johnson, disse perante a um painel no Senado em março que as batidas ajudaram centro-americanos a migrarem ilegalmente. A Patrulha da Fronteira reportou menos entradas ilegais entre janeiro e março de 2016, comparadas com outubro e dezembro de 2015, mas houve mais detenções no mesmo período em 2015.

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