DA REDAÇÃO (com Time) – Um estudo realizado pela National Academies of Sciences, Engineering e and Medicine a partir de dados recolhidos ao longo dos últimos 20 anos concluiu que a imigração tem efeitos positivos na economia a longo prazo. Cerca de 40 milhões de pessoas que vivem nos EUA nasceram em outros países.
É verdade, entretanto, que a primeira geração de imigrantes tira mais dinheiro dos governos locais, estaduais e federal do que os cidadãos nativos, especialmente nos níveis municipais e estaduais, devido ao custo de educação para os filhos dos imigrantes. Mas o relatório descobriu que, quando adultos, os filhos de imigrantes passam a ser grandes contribuintes para a economia, ultrapassando como pagadores de impostos não só a geração anterior como também os nativos.
O relatório da academia de ciências não encontrou fatos que comprovem uma redução na taxa de empregos de nativos por causa de imigrantes. Os nativos trabalham menos horas, mas a taxa de desemprego não aumenta. A única taxa de desemprego que pode aumentar com a presença de novos imigrantes é a dos imigrantes que os precederam.
É a mesma coisa com os salários. Em dez ou mais anos, a imigração tem pequeno efeito sobre o salário dos nativos. Os que podem ser mais afetados negativamente são os imigrantes mais antigos, ou nativos sem diploma secundário (high school). Em algumas áreas de alta especialização, a imigração pode até mesmo incrementar os salários. O relatório diz que isso é uma prova de que os imigrantes com alta especialização podem ser “complementares aos nativos, especialmente os com alta especialização; com o transbordamento de capital humano através de interações entrs os trabalhadores; ou com a inovação trazida pelos imigrantes altamente especializados, aumentando a produtividade de todos os trabalhadores.”
“O estudo detalhado revelou muitos benefícios advindos da imigração – como crescimento econômico, inovação e empreendedorismo – com pouco ou nenhum efeito negativo sobre os salários ou níveis de emprego dos nativos a longo prazo,” escreveu Francine D. Blau, professora da Cornell University e chefe da equipe que realizou o estudo. “Nos lugares onde foi detectado um impacto negativo nos salários, nativos que abandonaram os estudos e imigrantes mais antigos são os mais prováveis afetados. O panorama fiscal é mais difuso, com efeitos negativos especialmente mais evidentes em níveis estaduais, onde há o custo para a educação dos filhos de imigrantes. Mas esses filhos de imigrantes, em média, tornam-se os mais positivos contribuintes fiscais entre a população.”