Mais de cinco mil cidadãos da Tunísia chegaram a Itália e governo pediu ajuda para o bloco
É bem verdade que as autoridades italianas interceptaram um barco com cerca de 30 egípcios que se aproximava da costa da Sicília, mas a imigração ilegal naquele país está incontrolável. Acredita-se que pelo menos cinco mil tunisianos entraram na Europa – via ilha de Lampedusa, no sul da Itália – nos últimos dias, desde que explodiu a onda de protestos pela saída do poder do ex-presidente Zine el-Abidine Bem.
A situação, segundo o ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, pode ter efeitos devastadores em todas as nações da Comunidade Europeia. Para conter a entrada de indocumentados, o país pediu cerca de 100 milhões de euros aos países do bloco para lidar com o influxo.
“Por um lado, precisamos intervir, se necessário, com medidas urgentes para dar assistência aos Estados membros. Por outro lado, temos que ter certeza de que estamos cooperando com os países de origem deses imigrantes para ter uma solução mais consistente”, afirmou a porta-voz da Comissão Europeia para Assuntos Internos, Michele Cercone. Por isso, o governo da Itália anunciou que vai desbloquear uma ajuda de emergência de cinco milhões de euros à Tunísia, com o objetivo de lançar naquele país africano programas para deter o êxodo dos cidadãos em busca de emprego e de uma vida melhor no Velho Continente.
E isso é só o início. Os recentes tumultos políticos naquela região podem dar início a um rápido processo de mudança nos países da África setentrional, que pode ter conseqüências devastadoras nas estruturas sociais e institucionais das nações européias. Relatos ainda não confirmados dizem que pelo menos cinco imigrantes morreram e outros estão desaparecidos depois que o barco que os levava afundou na costa da Tunísia perto de Zarzis. O barco estaria carregando 120 passageiros rumo à Itália.
Mas engana-se quem pensa que os refugiados da Tunísia vão desistir fácil de ficar na Europa. O grupo ameaça fazer greve de fome para impedir a repatriação ao seu país, mas o governo italiano promete mandar os imigrantes para Catânia, uma ilha de Sicília, onde será aberto centro de acolhida com capacidade para sete mil pessoas.