Nas últimas semanas, imagens geradas por inteligência artificial virarm uma nova forma de propaganda nas redes sociais durante a temporada eleitoral. Durante a divulgação de fotos da devastação causada pelo furacão Helene, na costa leste, a imagem de uma criança chorando com um cachorrinho em um barco rapidamente se espalhou, recebendo milhões de visualizações. Enquanto muitos republicanos usaram a imagem para criticar a resposta do governo Biden ao desastre, especialistas rapidamente apontaram que imperfeições na imagem indicavam que ela provavelmente era uma criação de IA.
Este ciclo eleitoral tem visto um aumento no uso de imagens “sintéticas” em eventos políticos, muitas vezes depois de notícias polêmicas. Essas imagens servem para disseminar narrativas partidárias, independentemente da veracidade dos fatos. Depois que usuários do X marcaram a dita imagem como gerada por IA, alguns políticos, como o senador Mike Lee, apagaram as suas postagens. No entanto, outros, como Amy Kremer, membro do Comitê Nacional Republicano, defenderam a imagem, afirmando que ela simboliza a dor que as pessoas estão enfrentando por causa do atual governo.
Outro exemplo notável é uma imagem de Kamala Harris que também circulou nas redes sociais, na qual uma figura semelhante a ela vestia um uniforme vermelho com o símbolo do martelo e da foice. Essa imagem foi espalhada pelo próprio Elon Musk, que pretendia retratar Harris de maneira negativa.
Especialistas alertam que esse tipo de conteúdo pode minar a confiança nas eleições e alimentar teorias da conspiração sobre fraudes eleitorais, destacando a necessidade de vigilância e responsabilidade nas plataformas digitais.
A proliferação de imagens geradas por IA preenche o vácuo deixado pela diminuição da mídia tradicional, que enfrenta concorrência crescente de propagandistas. Especialistas ainda afirmam que essas imagens políticas representam somente uma fração do conteúdo gerado por IA nas redes sociais, que varia de receitas de bolo até figuras religiosas. Muitas destas imagens são criadas por “fazendas de conteúdo” (content farms), que rapidamente produzem posts virais para atrair atenção e gerar receita através de anúncios.
