Pesquisa mostra que apenas 27% dos moradores de Broward falam a língua do país e espanhol predomina na região
No sul da Flórida, os americanos são minoria e, como conseqüência disso, o inglês está deixando de ser o idioma predominante na região. De acordo com uma pesquisa conduzida nos três condados (Miami-Dade, Broward e Palm Beach), 42% da população não se comunica em inglês em casa. Em muitas localidades, o espanhol é a única língua falada e os latinoamericanos se sentem em casa ao percorrer as ruas, especialmente em Miami-Dade.
A situação está gerando situações curiosas: Melissa Green, que nasceu em Miami em uma família hispânica e vive aqui há 49 anos, lamenta a falta de visão dos pais que não lhe ensinaram o espanhol quando criança. “Hoje eu não falo o idioma e estou enfrentando dificuldades em encontrar emprego melhor, pois não posso me comunicar com boa parcela da população. Não acho isso certo, pois vivemos nos Estados Unidos e as pessoas deveriam tentar aprender o inglês”, disse Melissa.
De acordo com o professor de Sociologia Juan Clark, do Miami Dade College, isso caracteriza que os americanos estão se sentindo marginalizados em seu próprio país: na década de 50, pelo menos 80% da população era composta de brancos não-hispânicos, enquanto que o índice caiu para 18,5%, segundo o Censo de 2006. A previsão é que, por volta de 2015, o número seja reduzido para 14%. “Os americanos estão deixando a região, em direção ao norte do país. Eles reclamam do fato de que precisam aprender espanhol para ascender profissionalmente”, confirma Juan.
O Censo mostrou também que apenas cerca de 27% dos moradores de Broward, por exemplo, só falam inglês. Em cidades como Hialeah, em Miami-Dade, 94% da população se identifica como hispânica. A nossa comunidade também está bem representada, especialmente no triângulo Pompano Beach-Deerfield Beach-Coconut Creek: as prefeituras destes municípios costumam dizer que pelo menos 20% dos residentes são brasileiros.