Levantamento publicado pela revista do New York Times no último dia 2 mostra que agentes do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) estariam criando contas falsas no Facebook para localizar e prender imigrantes indocumentados.
Segundo a reportagem, a mexicana Gladys Diaz Tadeo, mãe de três filhas, postou uma foto no Facebook de um cupcake em forma de piñata (objeto comum em festas infantis de culturas hispânicas) feito por sua filha de quatro anos. Gladys postou as fotos dos cupcakes em um grupo de vendas no Facebook com cerca de 10 mil membros.
Certo dia, uma pessoa com sobrenome hispânico (que mal falava espanhol) combinou de encontrar Gladys para comprar alguns cupcakes. O marido, cidadão americano, tentou advertir a esposa, mas ela acabou indo com as filhas entregar as supostas encomendas. Quando chegou ao local, foi detida por agentes do ICE. Ela tinha ordem de deportação expedida em seu nome por ter reentrado nos EUA com um green card falsificado. Três semanas depois, Gladys foi deportada para o México.
O marido tentou localizar a tal conta no Facebook e a página (que tinha um cachorro como foto do perfil) já havia saído do ar.
De acordo com outro levantamento do The Guardian, desde 2015 o ICE monitora o Facebook de imigrantes indocumentados, e essa ação vem se intensificado.
A prática viola as regras do Facebook, que proíbe a existência de perfis falsos, mas não é considerada crime.
De acordo com o Pew Research Center, 10.5 milhões de imigrantes indocumentados vivem hoje nos EUA, mas o ICE tem apenas 6.100 agentes na área de remoções. Assim, essa seria uma das razões para que eles utilizem tecnologias das redes sociais para prender indocumentados.