Brasil

Hora de voltar: comitê recomenda retorno do horário de verão no Brasil

Medida extinta no governo anterior pode trazer economia e aliviar sistema elétrico no Brasil

Em reunião extraordinária na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no Rio, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico decidiu, por unanimidade, que é hora de reintroduzir o horário de verão. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que essa medida pode aumentar a capacidade de atendimento para os consumidores, especialmente entre 18h e 21h, período crítico em termos de demanda energética. Além disso, a previsão é de que essa mudança possa gerar uma economia de R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro.

Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro aboliu o horário de verão em abril de 2019, a discussão sobre os benefícios dessa prática não parou. Na reunião, o ONS apresentou dados preocupantes sobre a situação hídrica do Brasil, que enfrenta o maior período de seca desde 1950. Contudo, Silveira garantiu que não há risco imediato de crise de energia e que o retorno do horário de verão é uma estratégia para aliviar a pressão sobre o sistema elétrico.

Os especialistas estão divididos quanto aos reais benefícios da medida. Cláudio Sales, do Instituto Acende BR, aponta que a economia real pode ser de apenas 0,5%, já que os hábitos de consumo mudaram com o tempo. Hoje, o pico de uso de energia acontece no meio da tarde, principalmente por conta do uso intensivo de ar-condicionado, ao contrário do que ocorria no passado, quando a demanda aumentava no final do dia, quando o horário de verão foi instituído.

O professor Luciano Duque, especialista em Energia Elétrica, ressalta que o consumo atual é muito mais afetado por aparelhos de refrigeração do que por iluminação. “Essas cargas consomem muito mais energia durante o calor do verão”, afirmou.

Assim, a discussão sobre o horário de verão continua, com a decisão final nas mãos do presidente Lula, que ainda vai avaliar a proposta com outros ministérios e setores da economia.

Se tudo correr bem, a nova medida pode entrar em vigor em 30 a 60 dias.

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