O canal de TV local da ABC noticiou nesta quarta-feira (5) que o condado de Miami-Dade está sendo processado por causa de sua política imigratória.
A ação foi impetrada em favor de Garland Creedle, de 18 anos, nascido em Honduras, que chegou nos EUA em 2015, diz a ABC. Creedle foi preso em março, depois de um conflito doméstico. Ele requisitou fiança, mas o departamento correcional de Miami-Dade recebeu um pedido do ICE (Immigration and Customs Enforcement) para retê-lo com o argumento de que ele seria um “estrangeiro sujeito a remoção”, diz o processo.
A ação visa questionar a validade da política imigratória no condado, baseada em uma diretriz do prefeito Carlos Gimenez do dia 26 de janeiro, recomendando “honrar todas as solicitações de detenção imigratória”. O decreto veio em seguida à ameaça do presidente Trump de cortar recursos federais às chamadas “cidades-santuário”. Gimenez aparece como réu (defendant) no processo.
Segundo o processo, o condado de Miami-Dade “tem promovido a prática de deter todos os indivíduos sujeitos a retenção imigratória além do tempo quando seria permitida a sua liberação. A detenção de Mr. Creedle, assim, foi feita em desacordo com a lei”.
A ação também alega que os direitos constitucionais de Creedle foram violados quando ele permaneceu ilegalmente detido e contra a sua vontade. Os advogados que representam Creedle buscam uma compensação por prejuízos e demandam um julgamento.
“Avisamos ao condado sobre os perigos contidos na decisão precipitada de acatar as ameaças anti-imigratórias de Trump”, disse em nota o advogado Amien Kacou, da American Civil Liberties of Florida. “Miami-Dade há tempos tem orgulho de ser um lugar acolhedor para imigrantes, e precisa honrar esse legado, juntando-se a outras grandes e pequenas cidades em todo país na recusa de servirem como instrumentos de uma política de repressão imigratória exagerada”.