Walter Johnson, conhecido como “King Tut” e condenado a cinco sentenças de prisão perpétua, recebeu uma notícia inesperada na quinta-feira: ele estava sendo liberado da prisão. A decisão veio do juiz Frederic Block, o próprio que, em 1997, impôs a sentença a Johnson, um ex-criminoso de rua envolvido em uma série de crimes violentos, incluindo roubo e posse de drogas.
O juiz agora considera que a punição foi excessiva, resultado de leis mal formuladas e sua própria inexperiência. Em sua decisão, o juiz Block, agora com 90 anos e jurista respeitado, afirmou que tanto juízes quanto prisioneiros evoluem com o tempo. Ele argumentou que, após décadas de experiência na justiça, percebeu a necessidade de revisar sentenças que não refletem mais os padrões atuais de punição. “Meu trabalho como juiz é cuidar das pessoas”, disse Block, reconhecendo a transformação que admite ter acontecido na sua perspectiva ao longo dos anos.
A história de Johnson começou na adolescência, em ambiente marcado pela violência e crime. Com mais de uma dúzia de prisões no seu histórico, sua condenação por crimes violentos resultou em severidade que o juiz agora considera desproporcional. Em uma carta ao juiz, Johnson expressou sua gratidão pela segunda chance que vai ter na vida e refletiu sobre seu passado, afirmando que a prisão o tornou uma pessoa melhor.
O caso gerou controvérsia, com procuradores se opondo à liberação de Johnson, argumentando que sua natureza violenta representa um risco contínuo para a sociedade. Entretanto, uma ex-vítima de Johnson escreveu uma carta de apoio, afirmando que ele “serviu uma sentença substancial” e merece uma nova chance.
A decisão do juiz Block e a libertação de Walter Johnson refletem uma mudança nas abordagens legais e sociais em relação à reabilitação e às sentenças penais. A promulgação do First Step Act durante a presidência de Donald Trump, que permitiu uma revisão mais flexível das sentenças e o incentivo à reabilitação, foi um marco importante nesse processo.